OFICIALIZAÇÃO

Novos caminhos para a luz no DF

Com a assinatura do contrato de compra e venda da companhia energética, transferência total de ações da subsidiária de distribuição à Neoenergia terminará nos próximos dias. Novos gestores preveem investimentos anuais de R$220 milhões

Três meses após a venda da subsidiária de distribuição da Companhia Energética de Brasília (CEB) para a Bahia Geração de Energia, do grupo Neoenergia, foi oficializada a privatização da estatal. Com a assinatura do contrato firmado entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e a nova administradora, ontem, a expectativa é de que todo o processo seja concluído até o fim do ano. A promessa dos gestores é de fazer melhorias e inovar a rede elétrica por meio de investimentos anuais de, aproximadamente, R$ 220 milhões. O Executivo local informou que o dinheiro obtido com a negociação será destinado à infraestrutura.

A assinatura do contrato ocorreu em cerimônia no Palácio do Buriti. Participaram o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o presidente da CEB, Edison Garcia; o CEO da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle; e Simone Borsato, diretora-executiva de desenvolvimento da empresa. O chefe do Executivo local afirmou que confia no trabalho da nova companhia gestora e que está otimista em relação ao futuro do serviço energético no DF. “Temos convicção de que fizemos o melhor para a população”, declarou.

Ibaneis acrescentou que os investimentos anuais da Neoenergia na distribuidora serão três vezes maiores do que os de antes. “Estou muito feliz e tranquilo com a venda. Os recursos serão investidos onde a cidade precisa, que é a infraestrutura. A CEB investia, por ano, cerca de R$ 70 milhões. E a proposta da Neoenergia é de mais de R$ 220 milhões, o que vai gerar melhorias e a ampliação do número de empregos no DF”, completou o governador.

Próximos passos
A venda da subsidiária de distribuição ocorreu em dezembro e saiu por R$ 2,5 bilhões. Os demais braços da CEB Holding continuarão sob gestão do GDF. Ontem, a Neoenergia solicitou à Bolsa de Valores de São Paulo (B3) que tivesse início o processo de liquidação financeira, com a transferência das ações para a Bahia Geração de Energia. Esse processo leva de um a dois dias úteis. No entanto, a nova administradora da empresa poderá fazer alterações na estrutura da companhia. “Até junho, grande parte do processo deve estar encaminhada. A expectativa é de terminá-lo no fim do ano”, disse Mario Ruiz-Tagle.

A nova gestão fará um mapeamento de pontos de melhorias da rede, por meio da inspeção e da manutenção de mais de 10 mil km de redes de distribuição, mais de 700km de linhas de transmissão e de todas as 41 subestações. O plano de investimento também prevê a modernização e a ampliação da capacidade de atendimento, por meio da instalação de novos transformadores, da construção de circuitos de interligação, além de linhas de alta-tensão. “Os investimentos projetados para a área de concessão têm a finalidade de se antecipar a futuras demandas, dotando a rede de tecnologia e ampliando a capacidade de distribuição de energia”, ressaltou Mario Ruiz-Tagle.

O executivo comentou, ainda, que não tem um plano de demissões e que os colaboradores da companhia poderão trabalhar sob a nova administração. “A CEB tem colaboradores de ótima qualidade, que conhecem Brasília e a rede. Vamos trabalhar todos juntos. Quem quer trabalhar na CEB tem espaço. Entendemos que há uma grande demanda da população pela qualidade do serviço e estamos cientes de que pode haver impacto tarifários. Por isso, faremos tudo para ter uma gestão eficiente e conseguir uma tarifa que seja eficaz”, disse Tagle.

Neste primeiro momento, o atendimento aos clientes continuará a ocorrer pelos canais de comunicação da CEB: telefone 116, agências físicas, além do portal agenciadigital.ceb.com.br. A Neoenergia promoverá, ao longo do ano, a implantação de novos canais — por meio do WhatsApp, por exemplo —, bem como de outros serviços pela internet.