PANDEMIA

Referência no tratamento da covid-19, Hran opera há dias com superlotação

O hospital, desde 22 de março, atende apenas pacientes considerados urgentes pela triagem. Os casos menos graves são direcionados para unidades básicas de saúde do DF

Edis Henrique Peres
postado em 29/03/2021 21:05 / atualizado em 29/03/2021 21:06
Hospital Regional da Asa Norte opera em bandeira vermelha e atende apenas pacientes urgentes. Ambulatório do Hran -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press                       )
Hospital Regional da Asa Norte opera em bandeira vermelha e atende apenas pacientes urgentes. Ambulatório do Hran - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press )

O Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no atendimento contra o novo coronavírus, opera em bandeira vermelha desde 22 de março. Nesta segunda-feira (29/3), a equipe do Correio esteve no local para conversar com alguns pacientes da unidade hospitalar. Thiago Damaceno, 28 anos, é um exemplo. Ele foi ao Hran para levar o sogro, Clelson Lima, 64, morador de Ceilândia. "O atendimento foi rápido e sem grandes dificuldades. Vim trazer meu sogro porque ele sofre de insuficiência renal", conta Thiago.

A medida de restringir o atendimento do Hran para pacientes urgentes foi uma tentativa de lidar com a superlotação da unidade. Segundo a Secretaria de Saúde (SES-DF), a demanda por atendimento está superior ao que a infraestrutura do hospital pode receber de pacientes.

“A superlotação do pronto-socorro tem sido diária nos últimos dias devido à covid-19. Por isso, o hospital está atendendo com as bandeiras Laranja e Vermelha. Os pacientes com Bandeira Verde estão sendo direcionados para atendimentos nas unidades básicas de saúde (UBSs) da Região Central de Brasília”, esclarece a pasta. Ao todo, a SES-DF trabalha com cinco classificações de atendimento.

Espera por vacinação

A dona de casa Maria José de Araújo, 66, moradora da W3 Sul, também esteve no Hran em busca de atendimento, mas confessa que estava com medo de ir ao hospital. "Eu vim fazer um exame de glicose que já estava marcado. Queria fazer em uma clínica perto de casa, mas o hospital explicou que os dois exames precisavam ser feitos aqui. Eu nem queria vir, porque estou com medo da covid-19. Já faz dois anos que não venho mais a consultas aqui do Hran", revela Maria.

Diabética, a moradora da W3 Sul foi ao hospital realizar um exame de glicose, mas a expectativa de Maria José é pela vacina. "O que eu quero mesmo é me vacinar, mas tenho que esperar chegar à minha idade. Essa doença dá muito medo na gente", confessa.

Para Regina Malva Garcia, 67, moradora da Vila Planalto e dona de casa, a espera pela vacina também é longa. “Eu fui me vacinar, mas tive covid-19 recentemente, há cerca de um mês, por isso eles me orientaram a esperar mais um pouco. Enquanto isso, a gente vai se cuidando. Vim aqui ao Hran porque faço curativos vasculares no hospital e sempre preciso estar por aqui”, conta.

  • Regina Malva Garcia, 67, moradora da Vila Planalto e dona de casa
    Regina Malva Garcia, 67, moradora da Vila Planalto e dona de casa Ed Alves/CB/D.A Press
  • Maria José de Araújo, 66, moradora da W3 Sul, também esteve no Hran em busca de atendimento, mas confessa que estava com medo de ir ao hospital.
    Maria José de Araújo, 66, moradora da W3 Sul, também esteve no Hran em busca de atendimento, mas confessa que estava com medo de ir ao hospital. Ed Alves/CB/D.A Press
  • Hospital Regional da Asa Norte opera em bandeira vermelha e atende apenas pacientes urgentes. Ambulatório do Hran
    Hospital Regional da Asa Norte opera em bandeira vermelha e atende apenas pacientes urgentes. Ambulatório do Hran Ed Alves/CB/D.A Press

Confira as cinco bandeiras de atendimento da SES-DF:

  • Bandeira Verde, quando não há restrição e a unidade funciona em capacidade plena;
  • Bandeira Amarela, quando se preserva o atendimento de pacientes classificados como amarelo ou mais grave;
  • Bandeira Laranja, quando está preservada a capacidade de atendimento de pacientes classificados em laranja ou mais grave;
  • Bandeira Vermelha, quando há a capacidade de atendimento de pacientes classificados apenas com a cor vermelha;
  • Bandeira Negra, reservada a casos que afetem a unidade hospitalar como um todo e não permitam o funcionamento mínimo como instituição de saúde.

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