Além de ser uma celebração religiosa, a Páscoa também lembra comidas gostosas, principalmente os ovos de chocolate. Nesta época do ano, mesmo com a pandemia do coronavírus, é comum encontrar o produto exposto para a venda em mercados, em lojas e na internet. Os consumidores buscam os ovos para comemorar a data e presentear familiares e amigos.
Mas o que os ovos de Páscoa têm de gostoso, têm de caro. A crítica gastronômica Jéssica Andrade, 30 anos, se surpreendeu com os preços e optou por presentear apenas a filha mais velha, Pérola, 10. “Fiz questão de comprar para ela, porque muita coisa já lhe foi tirada, como a escola e o contato com amigos e familiares. Agora, sobrinhos, afilhada e irmãs, que sempre ganhavam, este ano vão ficar sem”, conta.
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), uma dica válida para aproveitar a Páscoa em meio à pandemia de covid-19 é dar preferência a produtos artesanais e feitos pequenos produtores. “Procure saber quem está produzindo ovos de chocolate perto de você. Peça indicação para amigos, vizinhos e familiares”, ressalta o instituto.
Para Jéssica, esse foi outro fator que a motivou a comprar ao menos um ovo de chocolate neste ano: “Comprei com uma pequena empresária um ovo de Páscoa e uma caça aos ovos para fazer uma brincadeira”. Ela avalia que, dessa forma, ajuda a movimentar a economia por meio de empreendedores locais que estão vendendo o produto.
O Idec destaca que, com a pandemia, muitas pessoas estão recorrendo à fabricação de produtos em casa e oferecendo ovos de Páscoa para contornar a crise financeira. Comprar de pequenos produtores tem suas vantagens, pois o consumidor pode conferir a procedência dos ingredientes utilizados e as condições em que estão sendo produzidos, além de apoiar a economia local.
Atenção aos preços
Assim como as datas comemorativas do Dia das Mães e do Natal, a Páscoa é extremamente lucrativa para o comércio. Com isso, algumas lojas agem de forma maliciosa praticando propagandas exageradas e preços elevados, atrás de consumidores despreparados, que acabam comprando sem antes verificar as informações do produto.
Para o advogado especialista em direito do consumidor Marcello Aragão, o comprador deve ficar ainda mais atento às propagandas e à qualidade do produto. “O consumidor deve tomar cuidado com a propaganda enganosa e abusiva que induz as crianças e leva os adultos a adquirirem um produto sem necessidade ou fora das especificações exigidas pelos órgãos fiscalizadores”, alerta.
Para não cair na tentação das inúmeras ofertas disponíveis, antes de comprar as delícias de chocolate de fabricação caseira ou industrial, é importante que o consumidor faça uma pesquisa para saber os preços, além de verificar todas as informações contidas em anúncios.
Marcello Aragão ressalta, ainda, que “para os ovos de Páscoa industrializados, a variação de preço pode ser significativa entre as lojas”. Assim, não é recomendado deixar para a última hora, pois a variedade de produtos pode diminuir, e as opções ficarem mais caras.
Embalagem e peso
Para quem tem criança em casa, é necessário ter o cuidado ao adquirir os ovos que contêm brinquedos em seu interior. Um ponto a ser observado é se há o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), identificando a qualidade e a idade da criança para aquele produto.
O Procon alerta que “o peso líquido dos ovos de Páscoa deve se referir somente à gramatura do chocolate, e não inclui embalagens e brinquedos”. Além disso, o consumidor deve verificar a numeração dos ovos, pois podem variar entre uma marca e outra. “É importante que o consumidor leve em consideração a gramatura do ovo na hora de comparar os preços, e não somente a numeração do fabricante”, enfatiza o Procon-DF.
Outra observação a ser feita no ato da compra é em relação ao estado da embalagem. Ela deve estar lacrada e intacta, além de conter informações claras e precisas sobre composição, peso líquido, prazo de validade e advertência em caso de componentes alérgenos.
Para quem optar por comprar ovos de chocolate caseiros, é importante ter atenção com a procedência do produto. O ideal é comprar apenas de produtores conhecidos e que tenham referências de amigos e familiares. É necessário, também, cobrar a data de fabricação e validade, além da composição do produto.
Vale ressaltar que o consumidor deve ter o conhecimento de que qualquer informação falsa ou incorreta é considerada propaganda enganosa, de acordo com o artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Dessa forma, o cliente pode reclamar no Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) do seu estado.
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