Covid-19

DF: entidades pedem ampliação do funcionamento de bares e restaurantes para 22h

Decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) na sexta-feira (19/3) determina a reabertura do comércio na segunda-feira (29/3) das 11h às 19h

Darcianne Diogo
postado em 24/03/2021 20:21

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do DF (Abrasel) enviaram um ofício ao GDF para pedir a ampliação do horário de funcionamento de bares e restaurantes da capital, a partir da próxima segunda-feira (29/3), data estabelecida pelo governo local para a reabertura do comércio, como prevê o decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) na sexta-feira (19/3).

A partir de segunda-feira, bares e restaurantes poderão reabrir as portas com horário limitado, das 11h às 19h, e deverão seguir uma série de protocolos, como a distância de dois metros entre as mesas, máximo de seis clientes por mesa, readequação dos espaços físicos, respeitando o limite de distanciamento, bem como a implementação das medidas de controle de acesso ao estabelecimento para evitar aglomeração de pessoas.

Contudo, as entidades do setor pedem para que o horário de fechamento desses espaços seja até as 22h. “O segmento de bares e restaurantes, de longe, o mais prejudicado desde as primeiras medidas, não reúne condições de continuidade e de sobrevivência sem a imprescindível alteração do horário de encerramento das nossas atividades para as 22h, ao invés das 19h”, diz o ofício.

Ao Correio, o presidente do Sindhobar, Jael Antônio da Silva, afirmou que muitos restaurantes só funcionam no período noturno e que, com a limitação até as 19h, muitos estabelecimentos ficariam no prejuízo. “A equipe de funcionários da noite seria dispensada e seria mais despesa aos empresários. O melhor faturamento é à noite, o que representa em torno de 30% a 40% de lucro de um restaurante”, frisou.

Jael garantiu que os estabelecimentos estão prontos para reabrir as portas e seguirão todos os protocolos impostos para evitar a disseminação da covid-19. “Fomos um dos primeiros setores a implementar as medidas e estamos confiantes. A fiscalização, inclusive, está mais atuante”, disse.

Sobrevivendo na pandemia

Leandro Nunes, de 35 anos, é proprietário do restaurante Le Parisien, na 103 Norte. Ele conta que, desde o começo da segunda fase do lockdown, teve uma perda alta no faturamento. Para sobreviver à crise, foi preciso diminuir a equipe de funcionários e criar um sistema de delivery, que ainda não estava implementado. "Criamos novos pratos e lanches específicos para essa nova demanda. Com a reabertura, esperamos que os clientes voltem a frequentar o restaurante, mas com um público ainda reduzido", afirmou.

O empresário acredita que só com a imunização em massa será possível aumentar o fluxo de clientes. "Esperamos, um dia, conseguir voltar a encher as nossas casas, cobrir nossos prejuízos e sobreviver a essa terrível fase que estamos passando de crise sanitária e financeira", disse.

O empresário Ricardo Sechis, 24, é sócio do Ricco Burger, restaurante especializado em hambúrgueres artesanais, e precisou se reinventar para sobreviver ao período de pandemia. Para driblar a crise, os gestores resolveram inaugurar duas novas lojas de delivery, uma na Asa Sul e outra no Lago Sul. “Não demitimos ninguém no primeiro fechamento, mas dentro dessa segunda fase, tivemos um corte em 20% dos funcionários e foi uma das decisões mais difíceis que tomamos até aqui”, afirmou.

Ricardo aguarda confiante pela reabertura e enfatiza a importância de todos seguirem os protocolos sanitários. Disse, ainda, que o foco, neste momento, é priorizar o pagamento dos funcionários e honrar os compromissos com fornecedores. “O que esperamos é que quem esteja fazendo direito não seja prejudicado por quem não está seguindo as regras. Não adianta ficar reclamando, né? Nada é 100% ruim e nada 100% bom. Também temos muito a agradecer e sabemos que em breve tudo isso vai passar”, disse.

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