O Governo do Distrito Federal (GDF) terá que disponibilizar mais de 45 mil doses da vacina contra a covid-19 para imunizar todos os profissionais da segurança pública da capital do país, entre eles policiais militares, civis e penais, bombeiros, além de agentes do Departamento de Trânsito (Detran-DF). Levantamento obtido pelo Correio mostra que há 22.873 servidores nessas áreas. A promessa do Executivo local é de que esse público receba o imunizante na próxima semana.
Desde o começo da vacinação no DF, em 19 de janeiro, profissionais da segurança pública promoveram protestos para pedir a inclusão dos servidores no grupo prioritário de vacinação. Na segunda-feira (22/3), policiais penais e civis realizaram um "lockdown" da segurança pública. O ato, organizado pela União dos Policiais do Brasil (UFB), ocorreu em todo o país. Em Brasília, mais de 1,5 mil veículos se concentraram no Estádio Mané Garrincha antes de seguirem em carreata até a Esplanada dos Ministérios.
Em coletiva de imprensa na segunda-feira (22/3), a Secretaria de Saúde (SES-DF) informou que, a partir desta sexta-feira (26/3), serão vacinados os profissionais de saúde que trabalham no Instituto de Medicina Legal (IML) ou em clínicas, consultórios, laboratórios, farmácias e funerárias particulares.
Entram nesse grupo médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biomédicos, farmacêuticos, odontólogos, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, veterinários, técnicos e auxiliares. Depois dessa etapa, será a vez dos profissionais de segurança, o que inclui, também, rodoviários, conselheiros tutelares e fiscais do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon).
Em nota, a SES-DF ressaltou que, na próxima semana, paralelamente à vacinação dos idosos, iniciará a imunização dos profissionais das forças de segurança. Porém, outros detalhes serão divulgados posteriormente. O órgão espera receber doses de vacinas nesta quarta-feira (24/3), mas o Ministério da Saúde ainda não confirmou a quantidade.
Na linha de frente
Desde o começo da pandemia, 4.654 servidores da segurança pública do DF contraíram o vírus, e 27 morreram. A Polícia Militar (PMDF) e o Corpo de Bombeiros (CBMDF) registram maior número de infecções pelo novo coronavírus (leia Casos). Só nessa terça-feira (23/3), dois PMs perderam a luta contra a doença. Nos últimos 10 dias, 11 outros se tornaram vítimas da covid-19. Um deles foi o primeiro-sargento Jorge Luis Pereira da Silva, policial da ativa mais antigo do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Com o anúncio da vacinação para essas categorias, os servidores comemoraram. Para o presidente do Sindicato dos Delegados do Distrito Federal (Sindepo), Rafael Sampaio, esse grupo é essencial para entrar como prioridade da vacina. "Ficamos muito satisfeitos com esse feedback. Temos um alto índice de contaminação. Muitos colegas faleceram, outros estão sequelados. Nada mais justo do que o Estado priorizar os mais expostos. Esperamos que esse cronograma seja cumprido", frisou.
O presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sindpol-DF), Paulo Rogério, afirmou que espera que as autoridades tenham sensibilidade em reconhecer o trabalho essencial dos agentes penitenciários. "A Polícia Penal faz parte da segurança pública. Como as outras forças, estamos na linha de frente. Frequentemente, levamos presos para hospitais, fazendo escolta, e isso nos coloca expostos ao vírus", afirmou.
Doses necessárias
Dados das secretarias de Segurança Pública (SSP-DF) e de Administração Penitenciária (Seape-DF) mostram que, em todo o DF, há 22.873 profissionais na ativa nessas áreas, sendo bombeiros, policiais civis, militares e penais, além de agentes do Detran-DF. Seriam necessárias 45.746 doses para vaciná-los.
A SSP-DF coordenará, junto às forças de segurança, um plano de vacinação baseado nas necessidades de cada corporação. A pasta seguirá comunicou que seguirá cronograma pré-estabelecido pela Secretaria de Saúde, de acordo com a quantidade de doses disponíveis.
A Polícia Civil definiu os grupos que terão prioridade. Os primeiros serão os profissionais da linha de frente, como os que têm atendido nas delegacias do DF. Na sequência, estão os servidores do Instituto de Medicina Legal (IML), policiais de mais idade e os que tenham comorbidades. Na instituição, até essa terça-feira (23/3), 654 civis da ativa contraíram o novo coronavírus, sendo que três morreram.
Casos
Polícia Militar
9.777 militares
19 mortes
1.749 infectados
Polícia Civil
4.118 civis
Três mortes
654 infectados
Corpo de Bombeiros
5,9 mil militares
Duas mortes
1.565 infectados
Detran
1.298 agentes
Uma mortes
167 infectados
Polícia Penal
1.780 agentes
Duas mortes
549 infectados
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.