Após decisão dos prefeitos de Luziânia, Novo Gama, Cidade Ocidental e Valparaíso de Goiás pelo lockdown, a Prefeitura Municipal da Cidade Ocidental realizou, às 11h desta segunda-feira (22/3), uma transmissão ao vivo em suas páginas oficiais. A coletiva contou com a presença do prefeito da cidade, Fábio Correa, e secretários municipais e teve como intuito esclarecer dúvidas e explicar a adoção das novas medidas restritivas.
O motivo principal da adesão ao decreto estadual é a gravidade da situação pandêmica nas cidades. Segundo informações divulgadas na página da prefeitura, não há leitos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis nos hospitais dos quatro municípios. “Diante do colapso na saúde, mais do que nunca, a união de todos se torna ainda mais imprescindível”, explicou a prefeitura em postagem.
A publicação oficial da medida deve ocorrer ainda nesta segunda-feira (22/3). Durante a reunião, o prefeito Fábio Correa ressaltou o motivo das decisões: “O que queremos é preservar a vida, criar condições para que a gente possa evitar cada vez mais essas mortes". Ao longo da transmissão, foram tiradas dúvidas sobre como vai funcionar esse período de fechamento e limitação da circulação de pessoas, que deve durar pelo menos duas semanas.
Fábio explica que, no decreto, haverá a implementação da lei seca na cidade. “Será a partir da tarde de sexta-feira, sábado e domingo. Vimos que isso tem surtido um grande efeito. Caso a pessoa seja dona de distribuidora, faça um sacrifício porque é necessário. A contaminação está acontecendo e os eventos particulares são problemáticos”, reforça. Dentre os serviços essenciais que poderão funcionar, estão postos de gasolina, farmácias, supermercados, padarias, igrejas, borracharias, oficinas, clínicas veterinárias, odontológicas e fisioterápicas. Alguns locais terão sua limitação controlada, com 30% da ocupação.
“O foco é não deixar aglomeração e não deixar contaminar com a nova cepa”, diz o prefeito. De acordo com o chefe do executivo, toda segunda o governo fará reuniões com o intuito de debater alterações no decreto. “Mas enquanto o contágio não diminuir, não teremos condições de voltar com o funcionamento das atividades”, garante.
De acordo com o prefeito, haverá um cadastro para as pessoas que estiverem em risco alimentar. A partir do cadastro, o governo da Ocidental pretende fazer a distribuição de cestas básicas para ajudar as famílias residentes da cidade. “Pedimos que, caso tenha visto uma pessoa sem ter o que comer e em risco, ligue para a prefeitura e alguém vai atender. Mande o endereço que iremos visitar para começar o atendimento. Qualquer pessoa que esteja em vulnerabilidade iremos atender, e temos condições de atender a todos. Toda semana está chegando cesta, vamos comprar e não vamos deixar ninguém passar fome”, garante.
A medida tem como intuito reforçar o fechamento das lojas de serviços não essenciais e dar apoio para as famílias que podem perder a renda mensal com o fechamento. “Agora, devemos evitar a contaminação. No hospital já não cabe mais gente, o que chega de oxigênio é consumido. Já imaginou estar em uma situação dessa? Nós estamos. Então eu peço a você, do comércio, escolas, academias e outros, que segure um pouquinho o funcionamento”, pede o prefeito.
Estado de Calamidade
De acordo com o boletim epidemiológico de covid-19 da Ocidental publicado neste domingo (21/3), a cidade possui 57 óbitos pela doença confirmados e 10 em investigação. Até o momento, foram notificados 13.180 pacientes com a doença, 34 casos em investigação, 3.955 casos confirmados, 9.191 casos descartados, e 863 casos em monitoramento, que são aqueles pacientes com síndrome gripal ou que têm contato próximo de pacientes confirmados com a doença. De acordo com o boletim, 3.523 casos foram recuperados.
A secretária municipal de saúde da Ocidental, Luciane de Lima, explica que, durante os últimos 15 dias, os hospitais da cidade trabalharam com mais de 100% da capacidade. "Estamos com dificuldade na aquisição de oxigênio do fornecedor, pois falta produto”, explica. De acordo com Luciane, a nova variante é muito agressiva e está acometendo, principalmente, os jovens da região. “Os remédios não estão surtindo efeito, há dificuldade na evolução do tratamento do paciente e precisamos da contribuição da população para acabar com a transmissão. Caso contrário, não conseguiremos ajudar nossa população”, diz.
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