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Covid-19: Saúde do DF alerta para aumento de jovens em leitos de UTIs

A capital tem mais de 80 mil casos da covid-19 entre jovens de até 29 anos de idade. Segundo a pasta, houve um aumento de 2.800% de internados com menos de 24 anos

Correio Braziliense
postado em 22/03/2021 12:24 / atualizado em 22/03/2021 12:24
De acordo com a Secretaria de Saúde, houve um aumento de 2.800% de internados com menos de 24 anos -  (crédito: Breno Esaki/Agência Saúde)
De acordo com a Secretaria de Saúde, houve um aumento de 2.800% de internados com menos de 24 anos - (crédito: Breno Esaki/Agência Saúde)

O aumento expressivo do número de jovens infectados pela covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) tem alarmado as autoridades de saúde do Distrito Federal. A capital ultrapassou 84,06 mil adolescentes e adultos contaminados com até 29 anos de idade: o número esbarra na faixa etária recordista de casos, de 30 a 39 anos, que tem 84,05 mil infectados.

De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, o efeito do novo coronavírus, que vinha sendo destemido por essa parcela de jovens, tem causado efeitos mais graves e consequente superlotação dos hospitais no tratamento da doença. Até a última atualização do Painel Covid-19 do último sábado (20/3), o número de pessoas entre 20 e 24 anos contaminadas pelo vírus era de 53,13 mil. O númeor é superior ao de cidadãos entre 50 e 59 anos, que somam 47,03 mil casos, e ao de idosos com 60 anos ou mais, com um total de 42,26 mil contaminados.

Segundo a pasta, houve um aumento de 2.800% de internados com menos de 24 anos, número que saltou de 1 em janeiro para 30 em março. "A doença que antes assustava mais a terceira idade, vem reduzindo cada vez mais na faixa etária de alta complexidade", afirma a Saúde. No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento da covid-19 no DF, a média de idade de pacientes internados é de 47 anos.

Conforme a Secretaria, só nas UTIs públicas do Distrito Federal, neste domingo (21/3), havia 16 jovens com menos de 29 anos internados, sendo dois com 23 anos, um com 24, dois com 25, dois com 26 anos, três com 27, quatro com 28, e um com 29 anos. Na faixa etária entre 30 e 35 anos são mais 17 pessoas.

Mesmo apresentando menos risco de desenvolver a forma grave da doença do que entre os idosos, os jovens têm sido acometidos pelas variações das novas cepas do vírus e os casos, que antes eram poucos, se acumulam em volume e complicações. Nos Estados Unidos, esse grupo representa 20% da covid-19 com alta complexidade.

Mudança de comportamento

Especialistas alertam que a mudança de comportamento é fundamental para a contenção do contágio da covid-19. Não aglomerar é a principal delas, fazer a assepsia frequente das mãos e usar corretamente a máscara de proteção facial. Deixar o item em cima da mesa, banco do carro ou no pescoço para comer e depois colocá-la na boca pode ajudar a proliferação do vírus.

"Quando o vírus vai passando por mutações, ele reage de maneiras também variadas, de acordo com as características genéticas de cada um. A agressividade das cepas é grande", explica a médica infectologista do Controle de Infecção Hospitalar do Hran Joana D’Arc Gonçalves. "Além da agressão ao sistema imunológico, temos observado que essas pessoas com menos idade ficam ainda mais tempo internadas, o que faz com que mais leitos fiquem indisponíveis."

Segundo o secretário-adjunto de assistência à Saúde do DF, Petrus Sanchez, a presença de uma nova cepa variante nesta segunda onda da pandemia no Brasil tem afetado mais os jovens, levando-os à intubação nas UTIs. "Temos aí um perfil epidemiológico distinto em um momento em que o idosos se recolhem em casa e os mais novos circulam, muitas vezes até de maneira ilegal, em horários proibidos, sem medo da doença."

Desobediência às regras

Com a publicação do decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), determinando o fechamento de bares e festas, muitos adolescentes têm se reunido em parques, campos de futebol e quadras esportivas para socializar após o toque de recolher, o que é proibido. Além da medida restringindo a livre circulação de pessoas nas ruas das 22h às 5h, assim como a venda de bebidas alcoólicas depois das 20h e o funcionamento do comércio e de serviços não essenciais, o GDF reforçou a fiscalização a partir desta semana.

Por determinação do chefe do executivo, 110 agentes da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), da Vigilância Sanitária, do Procon e do Brasília Ambiental (Ibram) se somam à equipe de 625 fiscais da Secretaria DF Legal. Com o apoio da Polícia Militar (PMDF), a pasta tem autuado estabelecimentos comerciais e festas que promovem aglomerações, principalmente de jovens. Na noite de sexta-feira (19/3), uma distribuidora de bebidas no Sol Nascente foi interditada com mais de 50 pessoas.

A multa para o dono do estabelecimento ou promotor de festa clandestina é de R$ 10 mil, enquanto cada participante paga R$ 2 mil pelo não uso da máscara e R$ 1 mil por aglomerar. "Na verdade, essa força tarefa é uma ação salva vidas e a gente vai endurecer as fiscalizações", avisa o secretário da DF Legal, Cristiano Mangueira.

Com informações da Agência Brasília

 

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