PIB agropecuário em alta

postado em 20/03/2021 06:00
A produção agrícola no Distrito Federal tem sustentado a economia, mesmo diante da crise provocada pela covid-19 -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 13/8/20)
A produção agrícola no Distrito Federal tem sustentado a economia, mesmo diante da crise provocada pela covid-19 - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 13/8/20)

Em uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (Ipea) com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram feitas projeções próprias para a pecuária a partir dos primeiros resultados da pesquisa trimestral do abate, produção de ovos de galinha e leite. No levantamento, foi revisada a estimativa de crescimento do PIB do setor agropecuário de 2020 para 1,5%. Para 2021, o Grupo de Conjuntura projetou crescimento de 1,2% para o PIB agropecuário.

Cláudio Malinski, produtor rural e agrônomo do departamento técnico da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), relata, porém, que a safra de 2021 não está sendo tão boa quanto no ano passado. “Como nós usamos os insumos para fazer a soja e o milho colhidos hoje, os itens necessários à produção foram comprados por um dólar mais baixo. Usamos muitos fertilizantes, peças e máquinas importantes. Como elas chegaram com o dólar mais baixo, a lavoura foi plantada com um custo maior. Vários produtores, em maio de 2020, ficaram com um contrato de venda de soja para entregar em 2021. Comprometemos a soja ao valor de R$ 80 a saca, só que parte da produção não foi contratada, vendida hoje ao preço de R$ 150. Aqueles produtores que não fizeram contrato, tiveram bom resultado”, expõe o agrônomo da Coopa-DF.

De acordo com o agrônomo, mesmo com uma previsão de lucro menor para este ano, a agropecuária garante uma estabilidade à economia do DF. “Ainda há como se vender uma parte. Isso porque as chuvas começam em meados de novembro até abril, e raramente vamos perder safra por excesso de chuva no DF. Estou há 41 anos neste mercado, aqui em Brasília, e só em dois tivemos problemas de perda de safra por falta de chuva. Mesmo que chova pouco, o produtor ainda consegue ter uma margem de lucro porque o solo do Centro-Oeste é fértil. Isso é uma grande vantagem. Por isso que o agronegócio do Distrito Federal é muito importante para fornecer alimento com segurança para os consumidores e dar uma ajuda na economia. Quando os demais setores vão mal, a agropecuária, por ser estável, dá segurança para uma nova reação”, analisa o produtor rural Cláudio Malinski.

Hortaliças

Apesar da baixa demanda no início do ano, o coordenador de operações da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Pedro Ivo Braga, cita que o setor de hortaliças deve ter uma alta nas vendas e ofertas de serviço ao longo deste ano. “Responsável por uma significativa fatia do que é gerado no agronegócio do Distrito Federal, principalmente em relação a empregos, a produção de hortaliças vem apresentando, mesmo na pandemia, índices positivos na cadeia produtiva, mas enfrenta desafios que vão do plantio à mesa do consumidor. “Atualmente, a produção de hortaliças tem expectativa de crescimento para 2021 de 4% a 5%, com geração de cerca de 2,5 mil empregos diretos”, informa.

Segundo ele, entre os desafios propostos para o setor, está o combate aos crescentes custos de produção por meio da adoção de boas práticas e do aumento da produtividade dos recursos empregados.

“Para a fruticultura, mesmo diante de inúmeras incertezas causadas pela pandemia, o setor se mostra muito promissor no DF. Com investimento em insumos produtivos, programas governamentais favoráveis, como crédito rural e assistência técnica, a Emater-DF estima que o crescimento se dará na ordem de 3% a 5%”, complementa Pedro Ivo.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE