Em nome de 30 mil lojistas de entrequadras e de shoppings, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista) sugeriu, nesta quinta-feira (18/3), que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), antecipe o fim do lockdown. A medida restritiva está prevista para acabar na próxima segunda-feira (22/3).
"O comércio não aguenta mais e o desemprego e a informalidade estão crescendo a níveis alarmantes", disse o presidente. O sindicato traz dados da pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), que sinalizou 291 mil desempregados no DF antes do fechamento do comércio, mas agora, segundo estimativas, o número pode ter subido para 330 mil.
Edson Castro sugeriu um plano B, "com as lojas, até o fim do lockdown, abrindo das 10h às 14h visando reduzir os significativos prejuízos porque a grande maioria dos comerciantes está com impostos, folha salarial, taxas de condomínio e outras despesas em atraso".
O presidente observou que o parcelamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) beneficia apenas os shoppings, porque as lojas ficaram de fora desse recurso. Segundo ele, "o mesmo ocorreu com os puxadinhos que atenderam apenas a bares e restaurantes, ficando as lojas sem o benefício do uso do espaço público".
Para Edson Castro, em razão do quadro negativo no comércio, quando o lockdown acabar muitas lojas da capital não terão condições financeiras de voltar a funcionar, o que vai agravar ainda mais o desemprego. Ele diz que é muito estranho que as lojas não possam funcionar, mas que os camelôs atuem livremente em todo o DF desafiando a fiscalização.
O presidente estranhou também que ônibus e o metrô continuem com permissão para circular lotados, o que contribui para a disseminação da covid-19. "Isto é preocupante", disse.
"O comércio não aguenta o segundo lockdown em apenas 12 meses. Isso é devastador para a atividade do varejo. Há muita gente passando fome e algo precisa ser feito com urgência. Deve haver sensibilidade política e econômica para salvar incontáveis lojas e os seus proprietários e funcionários", afirma Edson Castro.
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