CRIME

Presa por estelionato em SP, "Loba do Tinder" fez mais de 100 vítimas no DF

Patrícia Coutinho Pereira, de 31 anos, foi presa por policiais civis de Campinas (SP). Segundo as investigações, a mulher usava aplicativos de relacionamento para extorquir as vítimas

Darcianne Diogo
postado em 12/03/2021 20:11 / atualizado em 12/03/2021 20:18
 (crédito: Redes sociais)
(crédito: Redes sociais)

Investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desde 2017 por crimes de estelionato, difamação e extorsão, Patrícia Coutinho Pereira, de 31 anos, conhecida como “Loba do Tinder”, foi presa por policiais civis de Campinas (SP). A mulher usava aplicativos de relacionamento para extorquir as vítimas e, após seduzi-las, ganhava a confiança e aplicava os golpes. Estima-se que a criminosa tenha enganado mais de 100 pessoas.

Investigações conduzidas pelo delegado João Ataliba Neto, chefe à época da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), revelaram que Patrícia agia de três formas distintas. No primeiro momento, ao conseguir amizade da vítima, a mulher pedia empréstimos em dinheiro com o pretexto de que um parente havia falecido e precisava ir ao sepultamento do familiar.

Na segunda forma, a autora criava um vínculo com a vítima, se passando por advogada ou proprietária de uma rede de cosméticos. Com isso, ela aproveitava da situação para pedir dinheiro emprestado e tocar o falso negócio.

De acordo com Ataliba, a mulher praticava, também, o famoso “estelionato do amor”. “Ela convencia as vítimas a enviarem fotos íntimas e usava disso para ameaçá-los. Como a maioria dos homens eram casados, ela dizia que iria contar tudo às mulheres deles e aos amigos e divulgaria as fotos na internet”, detalhou o investigador.

Mulher fez mais de 100 vítimas no DF
Mulher fez mais de 100 vítimas no DF (foto: Material cedido ao Correio)

Uma das vítimas, segundo a apuração da PCDF, era um servidor público federal, que perdeu cerca de R$ 50 mil. O delegado João Ataliba explica que o homem estava em fase de término de um outro relacionamento, quando se envolveu com Patrícia. Durante seis meses, o servidor fez empréstimos bancários à criminosa. O dinheiro, no entanto, era depositado na conta de outro rapaz, para quem a estelionatária prometia emprego de advogado.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP) informou que Patrícia foi presa pelo 11° DP de Campinas foi presa na quarta-feira, após a equipe receber informações de que uma mulher estaria cometendo estelionato em sites de relacionamento, nas proximidades do Parque Valença. Ao ser encontrada, a “Loba do Tinder” tentou fugir, mas foi capturada e presa. A mulher será encaminhada a Brasília, onde cumprirá a pena.

Denúncia caluniosa

Em junho de 2017, Patrícia procurou o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e denunciou o delegado João Ataliba por abuso de autoridade. "Ela disse que meus agentes a humilharam quando foram buscá-la para depor na delegacia. Mas imagens do hotel onde ela morava comprovaram que ela veio de livre e espontânea vontade. Ainda, alegou que subtraí o celular. Comprovamos que tudo era mentira", afirmou.

Em decorrência das duas denúncias, Patrícia foi julgada e condenada a três anos e seis meses de prisão, em setembro de 2017. Com o resultado, ela fugiu para São Paulo e só foi encontrada em Brasília em novembro de 2018. Depois, a acusada passou a responder pelo processo em liberdade, mas mudou de endereço e foi denunciada em um novo processo de estelionato.

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