Na manhã desta quarta-feira (10/3), três catadores do galpão de triagem de materiais recicláveis do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), localizado na quadra 2 do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), ao lado da Capital Recicláveis, apresentaram reação a um produto ainda não identificado. Os catadores tiveram crises de tosse e mal-estar.
Os três catadores receberam atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no local e dois foram dispensados. O terceiro, que apresentava tosse persistente, foi encaminhado para a unidade de pronto atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante.
A equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) recebeu a ocorrência por volta das 11h30 de um possível vazamento de gás liquefeito de petróleo (GLP), o famoso gás de cozinha. Contudo, ao chegarem ao local, os bombeiros perceberam que a situação era diferente.
Segundo Cidemar da Silva Neves, subtenente do CMBDF, havia 108 pessoas trabalhando no galpão. "Um dos sacos se rompeu quando um dos catadores manuseou o material. O saco continha um pó de cor amarelada e, após esse pó se espalhar pelo local, três dessas pessoas começaram a se sentir mal. O Corpo de Bombeiros tomando conhecimento dessa situação e do mal-estar dos catadores mobilizou uma operação que envolvia uma equipe especializada em produtos perigosos. Essa equipe possui roupas e materiais específicos para localizar esses produtos", conta.
A investigação feita pelo CBMDF seguiu até 14h25, quando a última equipe deixou o local. Os bombeiros recolheram uma amostra do produto do galpão. Será encaminhado para identificação. O CBMDF também trabalha com a hipótese de um dos catadores ter disparado por acidente um recipiente com gás de pimenta, o que poderia ter desencadeado os sintomas dos catadores.
Volta das atividades
O SLU, responsável pela Instalação de Recuperação de Resíduos (IRR) ,informou que não pretende voltar com as atividades nesta quarta e que uma empresa especializada no serviço vai recolher o material que foi lacrado pelos bombeiros.
A engenheira de segurança da SLU, Janaina Adriana de Trindade, explicou que o plano de contingência foi aplicado rapidamente pelos catadores. “O galpão não voltará a operar hoje, precisamos primeiro investigar e obter os resultados para garantir a segurança dos catadores”, pontua.
André Luíz Junqueira, coordenador dos galpões SLU, informou que os produtos levados para o IRR do SCIA são colhidos em diversas regiões administrativas, como Guará, Águas Claras e Núcleo Bandeirante. “Acontece que muita gente ainda realiza um descarte inadequado do lixo, por não ter uma informação a respeito. Aqui no galpão a gente realiza a triagem desses materiais recicláveis e aí o Capital Recicláveis costuma comprar esses produtos”, explica.
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