O monitoramento das variantes da covid-19 que podem estar em circulação em Brasília ainda não é claro para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A força-tarefa do MPDFT enviou, na última sexta-feira (5/3), um novo ofício para a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) pedindo detalhes sobre a ação da pasta no mapeamento das mutações do Sars-CoV-2 na capital do país. Além das medidas de monitoramento, a força-tarefa questiona quais as ações para enfrentar a disseminação dessas mutações do vírus.
Os representantes do Ministério Público pontuam que as informações fornecidas pela SES-DF não detalham se, além do envio de amostras para análise do Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, a pasta adota algum outro tipo de ação. O MPDFT também justifica que não é claro o modo como a pasta seleciona as amostras, em que volume realizam essa seleção e de que modo é realizada a genotipagem de cepas de covid-19 em circulação no DF.
O secretário-executivo da força-tarefa, o promotor de Justiça Bernardo Matos, diz que a falta de estudos e projeções para a definição da política de controle biológico da evolução da pandemia é preocupante. “As informações prestadas pela Secretaria ao MPDFT, embora relevantes para fins do acompanhamento das medidas em curso de enfrentamento da pandemia, atenderam somente em parte os questionamentos realizados pela força-tarefa. Necessitamos de informações precisas e atualizadas para melhor acompanhamento das atuais e futuras ações de enfrentamento do coronavírus no Distrito Federal”, salienta.
As respostas ao ofício devem ser apresentadas em três dias pela SES-DF. O procurador de Justiça José Eduardo, coordenador da força tarefa, defende que é primordial um plano de ação claro. “É fundamental que haja uma estratégia de acompanhamento do perfil das cepas em circulação no DF. Essa informação é indispensável para se fazer uma projeção do desenvolvimento da doença. Se esse controle biológico já estivesse sendo realizado efetivamente, o aumento recente de casos teria sido previsto e as ações para controle do vírus e a estruturação do sistema de saúde poderiam estar melhor organizadas”, ressalta.
O MPDFT também enviou, na sexta (5/3), questionamentos sobre a suposta falta de equipamentos básicos, como termômetro e oxímetro, nas unidades básicas de saúde (UBSs).
Posicionamento da Secretaria
A SES-DF informou para a equipe do Correio que irá prestar todos os esclarecimentos solicitados pelo MPDFT e informou que a pasta elabora nota técnica com informações atualizadas sobre possíveis cepas existentes no DF, possíveis casos de reinfecção e outros monitoramentos da doença que serão divulgados nos próximos dias.
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