Uma pesquisa publicada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, entre o 3º trimestre de 2019 e 2020, aumentou em 8,6% o contingente de mulheres fora da força de trabalho. o número de mulheres empregadas no mercado de trabalho, por sua vez, diminuiu 5,7 milhões.
No Distrito Federal, a crise sanitária, econômica e social reforçou a distância salarial entre homens e mulheres. Aqui, com base no período divulgado pela pesquisa, em 2019, as mulheres ganhavam R$ 3.419, enquanto os homens recebiam um salário médio de R$ 4.288. Em 2020, a diferença se encurtou um pouco, mas ainda é desigual: salário de R$ 3.940 para as mulheres, e de R$ 4.414 para os homens. Para o público feminino, a hora paga foi de R$ 32,35 no país. Para o masculino, ficou em R$ 45,83. Com a mesma escolaridade, elas ganhavam em média R$ 3.910 e eles, R$ 4.910, estimativa nacional.
As mulheres negras do Distrito Federal, por sua vez, têm rendimento diário de R$ 20,41, enquanto as não negras ganham R$ 30,62. Além disso, mais 504 mil mulheres ficaram desempregadas no Brasil, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No DF, a porcentagem de mulheres ocupadas caiu de 42,9% para 37,9% no período analisado.
Desigualdade racial
Para o grupo de mulheres, com maior escolaridade, que foram realizar trabalho em casa, o rendimento médio por hora aumentou no Brasil: entre as negras, passou de R$ 10,95 para R$ 11,55. Entre as não negras, foi de R$ 18,15 para R$ 20,79. Ao trazermos esse parâmetro para o DF, o levantamento aponta que 17,2% das mulheres com ensino superior estavam ocupadas em 2019, taxa que subiu para 18,3% no ano seguinte.
Segundo o Dieese, essa elevação se deu principalmente por efeito estatístico, em razão da saída de mulheres com menores rendimentos do mercado de trabalho e a permanência daquelas com maiores salários. O levantamento mostra que, no Brasil, uma parcela expressiva de mulheres nem sequer buscaram uma nova inserção.
A taxa de desemprego das mulheres negras e não negras cresceu 3,2 e 2,9 pontos percentuais, respectivamente, sendo que, no caso das mulheres negras, se chegou a alarmante taxa de 19,8% de desempregadas no país, em 2020. Para as mulheres não negras, a taxa ficou em 13,5%.
*Com informações do Dieese
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