A força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que fiscaliza as medidas de combate à covid-19 enviou ofício, nesta sexta-feira (5/3), à Secretaria de Saúde (SES-DF). No documento, a instituição cobra informações sobre suposta falta de equipamentos básicos em unidades básicas de saúde (UBSs), como termômetros e oxímetros.
O documento dá prazo de três dias para que a Coordenadoria de Atenção Primária da SES-DF envie informações sobre os equipamentos em funcionamento e comunique se há quantidade suficiente para atendimento da população.
Procurador distrital dos Direitos do Cidadão e coordenador da força-tarefa, Eduardo Sabo afirma que o MPDFT tem mantido contato permanente com os gestores das UBS para entender como funciona a estrutura, quais são as dificuldades e os eventuais gargalos das unidades de saúde. "Vimos a necessidade de que todas tenham termômetro e oxímetro, equipamentos indispensáveis para o tratamento imediato da covid-19. Precisamos desafogar as UTIs com esse tratamento imediato", alertou.
O grupo é integrado pelas promotorias de Justiça que atuam nas áreas de saúde, educação, patrimônio público, idoso, meio ambiente, infância e juventude, consumidor, direitos humanos e sistema prisional. Outro aspecto observado pelos promotores que fiscalizam o funcionamento das UBSs foi a mudança no perfil dos pacientes que precisam de tratamento em UTI.
Agora, a maioria dos infectados, segundo o MPDFT, tem entre 30 e 40 anos. No mais recente boletim epidemiológico da covid-19 divulgado pela SES-DF, nesta sexta-feira (5/3), os infectados entre 20 e 39 anos representam 44% de todos os casos da capital federal.
Questionada pelo Correio, a Secretaria de Saúde afirmou que fornecerá todas as informações solicitadas pelo MPDFT. "As unidades de saúde dispõem dos materiais e tem em andamento um plano de renovação do parque tecnológico da SES-DF, que prevê a compra de termômetros e oxímetros para toda a rede", informou a pasta.
A força-tarefa também chamou a atenção para o fato de que as cobranças feitas anteriormente ao governo precisam ser reforçadas. As discussões de agora, segundo o grupo, voltaram a ser as mesmas do início da pandemia, mas diante de uma situação ainda mais grave. Nesta sexta-feira (5/3), a capital federal apresentou as maiores médias móveis de mortes e casos da doença do ano.
Além disso, 42 pessoas com confirmação ou suspeita de infecção pela covid-19 aguardavam na fila por um leito em unidade de terapia intensiva no DF, cuja ocupação na rede pública chegou a 92,61% nessa sexta-feira (5/3).
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.