Um cachorro de pequeno porte foi atacado e morto por outro cão, na QR 307, de Santa Maria. As imagens, extremamente violentas, mostram o momento em que o cachorrinho é ferozmente mordido por um maior — que seria da raça pitbull. O caso aconteceu na tarde de segunda-feira (1º/3).
No vídeo, é possível observar que o cachorro que atacou está solto na rua, sem coleira e sem focinheira. Pelas imagens, dá para ver o instante em que o animal grande agarra o menor com os dentes e sacode várias vezes, enquanto os outros cães da rua latem insistentemente. Em seguida, os vizinhos começam a gritar para conter o animal tentando salvar o cachorrinho atacado. No entanto, o cãozinho é morto.
Também é possível ouvir uma discussão, no vídeo. Um homem chega a acusar outro de ser o dono do cão, mas em resposta, ele afirma que estaria apenas cuidando do cachorro, e o tutor seria outra pessoa.
Nenhum boletim de ocorrência foi registrado nem mesmo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada no dia. Ao Correio, o delegado-chefe da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), Rodrigo Telho Corrêa, disse que, assim que teve conhecimento do que aconteceu, enviou policiais ao local para investigar a situação. “Esse caso não foi registrado na delegacia. Mandei, agora pouco, uma equipe lá, na quadra, para tentar verificar as coisas, pois ninguém veio formalmente na delegacia falar sobre o assunto. Nem o dono do cachorro atacado nem o dono do outro”, afirmou.
A comerciante Aparecida Carvalho, 43 anos, mora na região e conta que já viu o animal solto em outra ocasião. Ela afirma que tem medo, pois existem crianças e outros cães que andam na rua. “Essa cena circulou no WhatsApp dos moradores. A gente tem muito medo, mas temos que entender, também, que é um cachorro, ele não tem como cuidar de si mesmo. Eu fico preocupada, porque tenho filhos e um pet pequeno”, diz.
Procurada pelo Correio, a Administração de Santa Maria afirmou que não teve conhecimento do fato nem manifestação de nenhuma das partes envolvidas. A gestão da cidade informou que o uso de coleiras e focinheiras para cães de grande porte é regulamentado pela Lei Nº 2.095, de 29 de setembro de 1998, que estabelece medidas de proteção para bichos de ataque.
Por que os cães atacam?
O médico veterinário comportamental Luis Olivio explica que existem animais com predisposição genética para o ataque. “Pitbull, chow-chow, sharpei, por exemplo, são cães que foram criados para combate, para rinha”, explica.
O especialista destaca que o período em que o cachorro é filhote é fundamental para a sociabilização. De três semanas a quatro meses de idade é o tempo ideal para ensinar um cão a viver em sociedade. “Um dos principais motivos que ocorrem essas questões de agressividade é por conta de uma sociabilização mal feita. Porém, também pode ser falta das necessidades básicas: física, mental, social e alimentar”, alerta Luis.
Traumas contribuem para comportamentos intempestivos dos animais. Eles podem atacar não apenas os menores, mas também os bichos de mesmo porte ou até maiores. “Com pessoas, o pitbull não tem uma característica de querer atacar, mas se ele tiver experiências ruins ou se não tiver necessidades básicas supridas pode ficar agressivo”, conclui Luis Olivio.
Atenção, imagens fortes:
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