Após o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) afirmar que é contra o lockdown como medida de controle da pandemia de covid-19, instituições ligadas à saúde se manifestaram sobre o assunto. Em nota oficial, a Sociedade de Infectologia do Distrito Federal (SIDF) criticou as falas do conselho e disse que “nunca foi consultada antes da emissão dos posicionamentos recentes, que são a favor do tratamento específico precoce para covid-19 e contra o lockdown”.
A SIDF também ressaltou que o Brasil se encontra em uma grave crise de saúde pública e que a ação “já se mostrou, em várias partes do mundo, uma medida útil para controle da transmissão da covid-19, devendo ser adotado em casos extremos”. A instituição também ressaltou que são lícitos os debates e questionamentos das atividades e que “não é admissível, entretanto, que haja um posicionamento radical, contra a medida de forma geral, como fez o CRM-DF”, disse a nota.
A Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) também demonstrou preocupação com a posição do conselho. Em carta aberta, a instituição diz: “Surpreende-nos sobremaneira a afirmação do CRM-DF ao argumentar contra uma medida destinada a evitar a morte das pessoas afetadas pela doença”.
O documento também ressalta que a entidade está agindo “em prol de interesses de natureza econômica e alheios ao seu dever de zelar pelo bom exercício da profissão médica”. Concluindo, a carta aberta da faculdade diz que “a atitude do CRM-DF tristemente contribui para reduzir a adesão às medidas e certamente terão um preço em vidas ceifadas pela doença”.
Nesta segunda-feira (1°/3), o Conselho Regional de Medicina do DF divulgou uma nota oficial se posicionando contra o lockdown — adotado pelo governo do Distrito Federal. O documento da entidade afirmou que “tal medida já se mostrou ineficaz, atentatória contra direitos fundamentais da Carta Magna e condenada até mesmo pela própria Organização Mundial da Saúde, nas palavras do Dr. David Nabarro: 'O lockdown não salva vidas e faz os pobres muito mais pobres'”, diz Farid Buitrago Sánchez, presidente da entidade.
O documento do CRM destacou que a restrição de liberdade causa o aumento da incidência de transtornos mentais e agravamento das demais doenças crônicas, “além de prejuízo irremediável à economia, provocando desemprego, fome, violência e, por conseguinte, mais caos à saúde.”
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