Os vídeos e fotos de cunho pornográfico encontrados no celular do subtenente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF), de 46 anos, preso por tentativa de estupro contra um menino de 13 anos, indicaram que o militar também é suspeito de abusar sexualmente do enteado, uma criança de 8 anos.
O Correio apurou que, em depoimento, o subtenente afirmou que morava com a criança desde janeiro deste ano, em Luziânia (GO) — distante cerca de 59km de Brasília —. O acusado relatou que a mãe do garoto, que é uma ex-namorada, deixou o menino na casa dele como um pedido de ajuda, pois estava doente.
Monitorado, investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) prenderam o subtenente em flagrante no sábado (20/2), pouco tempo depois de ele buscar o adolescente em casa, no Paranoá Parque, para levá-lo ao motel. Segundo as investigações, no carro, também estava a criança de 8 anos. A intenção do militar era manter relação sexual a três. “Interrompemos uma cadeia de desgraça”, frisou o delegado à frente do caso, Ricardo Viana, acerca da prisão do autor.
A reportagem apurou que o militar mora no município goiano e atua no Batalhão de Santa Maria. Inclusive, dá aulas de natação no Gama. Ele e o adolescente teriam se conhecido por meio de um aplicativo de relacionamento e os dois começaram a trocar mensagens. Dias antes de ser preso, o subtenente aproveitou que a mãe do garoto não estava em casa, entrou na residência e o estuprou, revelaram as investigações.
Com o acusado, policiais apreenderam o notebook e o celular do bombeiro. No aparelho telefônico, os investigadores encontraram diversos conteúdos pornográficos infantis. O subtenente está detido no 19º Batalhão da Polícia Militar (BPM), conhecido como Papudinha, localizado no Complexo Penitenciário da Papuda. Na cela, o servidor precisou de atendimento médico, pois tentou tirar a própria vida. A reportagem tenta localizar a defesa do acusado. O espaço permanece aberto para manifestações.
Posicionamento
O Corpo de Bombeiros informou que pode expulsar o subtenente. Por meio de nota oficial, o CBM-DF esclareceu que tomou conhecimento do caso um dia depois da prisão do acusado, no domingo (21/2). “O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal exige de seus integrantes um comportamento ético exemplar, dentro e fora da corporação”, garantiu.
Um procedimento administrativo disciplinar interno foi instaurado para apurar o caso. A corporação deixou claro que se, confirmadas as informações preliminares, punirá o militar “com rigor que a caserna demanda, podendo, inclusive, ensejar a exclusão das fileiras da corporação”. “Há de se atentar, que tal ato apresenta-se em total desalinho com o comportamento comum aos componentes do CBM-DF, tratando-se de uma lamentável exceção”, finalizou a instituição.