Covid-19

Pandemia: Você sabe qual é o jeito seguro de usar e limpar a máscara?

O Correio reuniu as orientações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS), que reforçam a importância do equipamento de proteção para evitar novos casos da doença

Com o avanço da covid-19 no Brasil e no Distrito Federal, e a circulação de variantes como a britânica e a carioca, consideradas mais transmissíveis, é preciso redobrar os cuidados. O Correio reuniu as orientações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o uso correto e a higienização segura das máscaras protetoras.

De acordo com as instituições, as evidências científicas mais recentes mostram que máscaras são uma medida fundamental para suprimir a transmissão da covid-19 e salvar vidas. Devem ser usadas como parte de uma abordagem abrangente que inclui manter distanciamento físico de um metro ou mais de outras pessoas; evitar locais com aglomeração e contato próximo; garantir boa ventilação; limpar frequentemente as mãos e cobrir o espirro e a tosse com o cotovelo dobrado.

Máscaras cirúrgicas

As máscaras cirúrgicas - ou médicas - podem proteger as pessoas que a usam de serem infectadas e impedir que aqueles que apresentam sintomas espalhem o vírus. A OMS recomenda que trabalhadores de saúde, pessoas com sintomas sugestivos de covid-19, incluindo aquelas com sintomas leves como dores musculares, tosse leve, dor de garganta ou fadiga e pessoas que cuidam de casos suspeitos ou confirmados fora das unidades de saúde façam uso das máscaras médicas.

As máscaras cirúrgicas também são recomendadas para grupos de risco, como pessoas com 60 anos ou mais e pessoas com comorbidades de base, como doença cardiovascular ou diabetes, doença pulmonar crônica, câncer, doença cerebrovascular e imunossupressão. O equipamento de segurança deverá ser utilizado quando os indivíduos destes grupos estiverem em áreas de transmissão generalizada e não conseguirem garantir uma distância de pelo menos um metro de outras pessoas.

Máscaras de tecido

Já as máscaras de tecido não cirúrgicas - ou caseiras - podem ser usadas pelo público em geral com idade inferior a 60 anos e que não apresentem problemas de saúde subjacentes.

Em áreas onde o vírus está circulando, as máscaras devem ser usadas quando a pessoa estiver em ambientes com aglomeração, em que não pode estar a pelo menos um metro de outras pessoas, e em quartos com ventilação insuficiente ou desconhecida. Nem sempre é fácil determinar a qualidade da ventilação, que depende da taxa de mudança de ar, recirculação e ar fresco externo.

Então, em caso de dúvida, é mais seguro que a pessoa simplesmente use uma máscara.

As organizações reforçam ainda, que deve-se sempre limpar as mãos antes e depois de usar uma máscara e antes de tocá-la enquanto a usa. Ao usar o equipamento, a pessoa ainda deve manter distância física dos outros o tanto quanto possível.

Para ambientes públicos internos, como shopping centers movimentados, edifícios religiosos, restaurantes, escolas e transporte público, a máscara deverá sempre ser utilizada. O mesmo serve para locais fechados, em que não há ventilação suficiente.

Material

A combinação ideal de materiais para máscaras de tecido não-cirúrgicas deve incluir três camadas:

1) Uma camada mais interna feita de material hidrofílico, como algodão ou misturas de algodão;
2) uma camada mais externa feita de material hidrofóbico, como polipropileno, poliéster ou misturas desses materiais, para limitar a contaminação externa por penetração até o nariz e boca do usuário;
3) uma camada intermediária hidrofóbica feita de material sintético não tecido, como polipropileno, ou uma camada de algodão, para melhorar a filtração ou reter gotículas.

Ao construir ou comprar uma máscara, as organizações pedem que a pessoa se certifique que o equipamento permita respirar enquanto fala e caminha rapidamente. De acordo com a OPAS e OMS, válvulas que permitem que o ar não filtrado escape da máscara são desencorajadas e são um recurso inadequado para máscaras usadas para o propósito de prevenir a transmissão.

Higienização

Para manter a higienização da máscara, é necessário lavar com água e sabão em água corrente individualmente, ou seja, sem o restante das roupas. Após isso, é indicado deixar de molho por volta de 20 a 30 minutos em uma solução de água sanitária, contendo duas colheres de sopa do produto para 1L de água, ou, 1 colher de sopa para 500 ml. Depois, enxague bem em água corrente para remover as toxinas da água sanitária e evite torcer. Se for lavar em máquina de lavar, é necessário que faça um enxágue suficiente para remover todo sabão, sem esquecer do molho.

Na hora de secar, é interessante que a pessoa deixe a máscara ao ar livre, preferencialmente no sol. Depois de seco, é recomendável passar o ferro quente, pois o calor mata vírus, bactérias e fungos. A fonte de calor é de extrema importância para a higienização. A secadora, contudo, não é aconselhável neste caso. O motivo é que o eletrodoméstico pode encolher o tecido e até danificar o elástico.

Como guardar?

Entre um uso e outro, o adequado é guardar em papel. Este e outros vírus resistem menos tempo no material do que no plástico, por exemplo. Então o ideal é colocar a máscara um envelope de papel, que pode ser feito a partir de uma sulfite do tamanho A4.

Caso não tenha opção, é essencial que o saco plástico que tenha furos para respirar, pois, caso contrário, a máscara ficará úmida. Tanto o plástico quanto o papel devem ser descartados no final do dia e a máscara, higienizada novamente.