O número de casos prováveis de dengue no Distrito Federal cresceu 52,98% na última semana de janeiro. De 23 a 30 do último mês, os casos notificados saltaram de 419 para 641, segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. A pasta ressalta, no entanto, que o número ainda é menor do que o notificado no mesmo período de 2020, quando houve 1.933 registros.
Planaltina lidera o ranking de casos, com 89, seguida por Ceilândia (80) e Sobradinho 2 (58), Samambaia (52), Sobradinho 1 (48) e São Sebastião (46). Juntas, as seis regiões administrativas são responsáveis mais da metade de todos os casos do DF. Mesmo com aumento do número de notificações, apenas 10 pacientes desenvolveram o quadro grave da doença e não houve registro de mortes.
A infectologista do Hospital Águas Claras Ana Helena Germoglio explica que, neste período de chuvas, que se estende até meados de abril em Brasília, a tendência é de que o número de casos aumente. “Os ovos que estavam guardados eclodem. Além de também ser um período mais propício ao acúmulo de água parada”, observa.
A especialista alerta ainda para o risco da circulação de diferentes tipos do vírus. “Existem quatro tipos de dengue em circulação, o que significa que a pessoa pode adquirir a doença quatro vezes, o que é um risco. No caso do tipo 2, não tínhamos essa variante no DF, por isso, em 2019, quando ela foi inserida no nosso território, tivemos um estrago tão grande”, pontua.
Segundo os dados da Saúde, naquele ano, 62 pessoas morreram vítimas da dengue na capital. Esse foi o maior número já registrado em monitoramentos divulgados pela pasta desde 1998, quando foi confirmado o primeiro caso grave da doença na capital federal.
Justamente para tentar entender o comportamento do Aedes aegypti fora das fronteiras da cidade, o DF firmou uma parceria com o estado de Goiás para estabelecer estratégias de combate ao mosquito. A Sala de Situação Interestadual DF/GO terá repasse de informações, compartilhamento de estratégias para melhores regulamentos e disponibilização de equipamentos.
Covid-19
O cenário da pandemia causada pelo novo coronavírus também preocupa os especialistas, principalmente porque os sintomas das duas doenças podem confundir o paciente infectado (veja quadro). “A dengue e a covid-19 têm alguns sintomas comuns, como dores no corpo e cansaço. A dengue também causa um pouco de falta de ar, assim como a covid pode trazer manchas ao corpo”, destaca Ana Helena Germoglio.
Por isso, a especialista orienta que, em casos de qualquer sintoma, o recomendado é que o paciente recorra a um atendimento médico. “É importante a avaliação do profissional de saúde. Ele dirá se a pessoa está com covid ou dengue. Vale lembrar que esse diagnóstico é importante para o paciente saber o que fazer, principalmente porque os infectados com a covid-19 precisam de isolamento social”, finaliza.