CRIME

Polícia resgata 40 pessoas de clínica clandestina acusada de maus-tratos

Cerca de 40 pessoas foram resgatadas do local após uma vistoria conjunta com a vigilância sanitária, guarda municipal e CREAS. A clínica atende dependentes químicos e estaria em situação clandestina

Cerca de 40 pessoas foram resgatadas em situação de maus-tratos em uma clínica clandestina para a recuperação de dependentes químicos, localizada em Valparaíso de Goiás. A ação ocorreu na terça-feira (9/2), e é investigada pela 2ª Delegacia de Polícia do município, distante 38,2 km do Distrito Federal.

Segundo o delegado à frente do caso, Rafael Pareja, a clínica de reabilitação já havia sido multada e fiscalizada antes da vistoria de terça-feira, mas o proprietário não cumpriu as medidas estabelecidas pela Vigilância Sanitária do Estado de Goiás.

“É importante deixarmos claro que, no passado, a clínica passou por uma fiscalização. Determinou-se a adequação do local para se cumprir as normas impostas pela vigilância. Então, na data de ontem, houve uma nova inspeção com a vigilância de Valparaíso e de Goiânia, além da Guarda Municipal e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)”, explica.

Em nova ação, comprovou-se que o proprietário da clínica não havia seguido as normas do órgão, o que gerou o fechamento e a interdição do espaço. “Foi verificado o uso de medicamentos vencidos, e o local não tinha alvará expedido pelo Corpo de Bombeiros. A situação em que os reabilitados foram encontrados indica, pelo menos, maus-tratos”, sinaliza o investigador.

Os pacientes foram levados de ônibus até a 2ª DP, onde prestaram depoimento. Informações preliminares apontam que essas pessoas eram algemadas, amarradas e xingadas. Os episódios narrados indicam, inclusive, agressões físicas com socos, chutes e até uso de cassetetes.

“Instauramos o inquérito e estamos coletando as cópias dos prontuários dessas vítimas, relatórios médicos e depoimentos. Também foram solicitados exames pelo Instituto Médico Legal. Tudo isso será utilizado para comprovar se, de fato, houve cárcere privado e tortura a esses pacientes”, acrescenta o delegado Rafael Pareja.