Apesar de o plano de operacionalização da vacina contra a covid-19 do DF incluir todos os profissionais da saúde na primeira etapa de imunização, algumas categorias cobram do governo o cumprimento da determinação para a fase atual de vacinação, que inclui também idosos a partir de 80 anos. Até esta sexta-feira (5/2), foram vacinadas 97.793 pessoas na capital federal. A campanha de imunização começou em 19 de janeiro.
Os servidores da assistência social do Governo do Distrito Federal entraram em greve nesta quinta-feira para reivindicar a inclusão da categoria nos grupos prioritários da vacinação contra a covid-19. Há pelo menos dois mese, os servidores tentam a inclusão no plano.
A decisão foi tomada em assembleia realizada pelo Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc) nesta quinta. Também ficou definido que, caso o GDF inclua o grupo na fase prioritária da vacinação, a greve pode ser suspensa.
Na assembleia, tanto pelos votos presenciais quanto pelos votos on-line, os favoráveis à greve foram 98%. De acordo com estimativa do Sindsasc, a assistência social pública do DF conta com cerca de 1,5 mil trabalhadores da categoria, dos quais 70% aderiram ao movimento. Somente nos Creas e Centros Pop, onde trabalham 110 servidores, 77 aderiram à greve.
Médicos
Na tarde desta quinta-feira (4/2), a Secretaria de Saúde (SES) reuniu-se com entidades representantes da classe médica para tratar da vacinação dos médicos do DF que ainda não receberam a vacina. Também foi solicitado cronograma de vacinação para os profissionais.
As entidades cobram da secretaria a inclusão de todos os médicos — inclusive os dos hospitais privados, clínicas particulares e profissionais aposentados — nesta primeira fase de vacinação contra a doença, seguindo o Plano Nacional de Vacinação e informes técnicos do Ministério da Saúde, além da orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Suspensão
Após a determinação de greve dos servidores da assistência social do GDF, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) anunciou que vai cortar o ponto dos servidores que aderirem ao movimento. De acordo com a pasta, a paralisação prejudica serviços essenciais à população.
"A intenção é que a população não fique prejudicada com a decisão da categoria em paralisar as atividades, em especial os serviços socioassistenciais essenciais neste período de pandemia, como a inclusão no Cadastro Único e em programas sociais, como o Bolsa Família e Prato Cheio", afirma nota.
Segundo a Sedes, a categoria não apresentou dados que comprovem que o Governo do Distrito Federal pudesse incluir os servidores no plano de vacinação. Além disso, disseram que estão tomando as medidas de prevenção possíveis, "como instalação de barreiras de separação, aferição de temperatura na entrada das unidades e disponibilização de álcool em gel."
Resposta
Os representantes da secretaria garantiram durante a reunião que os profissionais de saúde continuam como prioridade e serão vacinados após imunizado o grupo prioritário de idosos.
A secretaria informou, no encontro, que a primeira fase de vacinação só será encerrada após a conclusão da imunização de todos os trabalhadores da área de saúde e que não há como estabelecer um calendário vacinal devido à incerteza da chegada de novos lotes de vacina. A pasta também informou que há uma previsão de chegada de um novo lote com 60 mil doses para este sábado (6/2).
Em relação à reivindicação dos assistentes sociais, a Secretaria de Saúde, por meio de nota, argumentou que a ampliação do público-alvo para a vacinação contra a covid-19 depende do número de doses e de quando essas doses serão disponibilizadas pelo Ministério da Saúde.