Cerca de 50% das escolas particulares retomam as aulas hoje no Distrito Federal, é o que estima o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF). A volta está sendo gradual e cada colégio adota o próprio calendário. Alguns começaram em janeiro e, espera-se que, até a próxima semana, todas as instituições retornem às atividades. Para isso, é preciso que elas sigam uma série de protocolos que garantam a segurança dos alunos e profissionais no combate à covid-19.
Presidente do Sinepe-DF, Ana Elisa Dumont, avalia que o serviço prestado pelas escolas particulares é essencial pois está relacionado ao desenvolvimento intelectual, cognitivo e motor do estudante. “Acreditamos ser um serviço essencial pela necessidade das famílias em ter um espaço seguro para seus filhos e que assegure que ele esteja sendo desenvolvido em sua integralidade”, afirmou.
Após quase sete meses de portas fechadas devido à pandemia, as escolas particulares retornaram às atividades presenciais em 21 de setembro de 2020. No entanto, a adesão foi entre 20% e 30%. A expectativa do Sinepe-DF é que agora, embora os índices do coronavírus ainda estejam altos, os pais aceitem o retorno dos filhos à sala de aula. “A escola particular mostrou que vem desenvolvendo os serviços de forma segura e responsável, tanto que há uma maior procura para 2021 pelas famílias pelo ensino presencial do que em 2020”, disse Ana Elisa.
Outra expectativa do sindicato é que os professores sejam vacinados para que as aulas da rede pública voltem. “Temos atuado de forma segura e com muita responsabilidade, dando a opção para as famílias tanto do ensino presencial quanto do remoto. A expectativa é grande para que a gente possa vacinar os profissionais da educação”, completou a presidente do sindicato.
A Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF) informou que, de acordo com o relato das famílias, os alunos que optaram pela volta presencial apresentaram melhora no rendimento escolar, por isso, acredita que a retomada está mais segura. “As escolas precisaram seguir mais de 90 itens para abrir e estão colhendo os frutos de mais segurança. Achamos que é salutar o retorno”, disse o presidente da Aspa-DF, Alexandre Veloso.
Embora os alunos tenham apresentado melhora ao voltar à sala de aula, a associação reforça que é necessário que as escolas permaneçam com o mesmo rigor e controle.
Segurança
Mesmo com as escolas seguindo os protocolos, a volta presencial ainda divide a opinião dos pais. A servidora pública Patrícia Ferreira, 40, optou pelo retorno da filha, Beatriz Souza Ferreira, 16, à sala de aula, para que tenha contato com os colegas. “Ano passado ela começou a perder o interesse pelas aulas EAD, ou assistia deitada na cama, começou a atrasar atividades e se distanciou dos amigos, então procuramos por uma psicóloga e depois por uma psiquiatra, ela teve o diagnóstico de ansiedade e depressão”, contou.
A professora Andréa Serra, 48, prefere manter os filhos Sarah Serra e Arthur Serra, 16, no ensino on-line. “O negócio ainda não melhorou. Agora que a vacinação começou. Então, até todos os professores estarem imunizados pode demorar”, avalia. Ela destaca que, junto ao marido, o servidor público Marcus Serra, 50, está dando apoio aos adolescentes, que prestarão a prova do PAS (Programa de Avaliação Seriada) pela primeira vez este ano.