A auditoria cívica “Como anda meu ônibus”, lançada em 21 de agosto de 2019, completa o ciclo de um ano de coleta das avaliações do transporte público rodoviário do Distrito Federal, com foco na melhoria da qualidade dos serviços. O projeto reuniu mais de 3,4 mil respostas obtidas em terminais rodoviários, dentro dos coletivos, nos pontos de ônibus, em eventos e na internet.
A parceria do Instituto de Fiscalização e Controle (IFC) com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) surgiu para levantar dados qualificados, auxiliar no controle social e subsidiar as políticas públicas do setor. O projeto percorreu o DF e o entorno. Voluntários e integrantes das instituições explicaram o projeto para a população e ajudaram no preenchimento do questionário de avaliação.
O “Como anda meu ônibus” analisou o perfil do usuário, a frequência de uso, o tempo de viagem, a segurança, a estrutura e a qualidade do serviço, além do atendimento e do sistema de bilhetagem automática. A maior parte das críticas formuladas pelos usuários está relacionada à estrutura e à qualidade do serviço.
Os passageiros relataram desconforto devido à superlotação, insuficiência ou inexistência de abrigos nos pontos de ônibus, esperas prolongadas e insegurança no trajeto até as paradas. Esses quesitos tiveram avaliação “ruim” ou “péssima” nos relatórios apresentados à sociedade e remetidos à Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) trimestralmente.
As ações para a avaliação do transporte público no Distrito Federal não pararam mesmo com o aparecimento da covid-19. Os questionários foram adaptados para que cidadãos, motoristas e cobradores respondessem sobre as medidas de segurança sanitária. Com a pandemia, os velhos problemas trouxeram preocupações maiores com a vida e a saúde de todos.
Dados obtidos entre 1º e 18 de junho revelaram que 81% dos passageiros afirmaram não ser possível manter distância entre os usuários durante as viagens. Cerca de 70% afirmam que não há controle no embarque para verificar o uso de máscara ou o número de passageiros.
A quase totalidade dos rodoviários que responderam o questionário (95,45%) afirma que não foram testados para a Covid-19. Cerca de 80% não foram orientados a sugerir aos passageiros o uso do bilhete eletrônico, que diminui o contato físico entre passageiros e cobradores. Mais de 20% disseram que os veículos são desinfetados apenas uma vez ao dia ou nem chegam a ser limpos.
Em março, o MPDFT expediu recomendação à Semob para que não houvesse redução da frota em circulação durante a vigência das medidas de enfrentamento ao coronavírus. O órgão também entrou na Justiça contra as empresas concessionárias para o efetivo cumprimento dos protocolos sanitários de higienização dos veículos.
*Com informações do MPDFT