Águas Claras

Juiz mantém prisão de acusado de matar pais: "Desprezo pela vida humana"

Autor do crime foi detido em flagrante, na quarta-feira (24/2), depois de atacar a família no apartamento em que morava. No entanto, após audiência de custódia, Justiça converteu a prisão em preventiva

Darcianne Diogo
postado em 25/02/2021 18:20 / atualizado em 25/02/2021 18:30
Acusado foi indiciado por duplo homicídio e tentativa de assassinato -  (crédito: Ed Alves/ CB)
Acusado foi indiciado por duplo homicídio e tentativa de assassinato - (crédito: Ed Alves/ CB)

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) converteu em preventiva a prisão em flagrante de Marcelo Ribeiro Gonçalves Ferreira, 39 anos, acusado de matar os pais — Leila Ribeiro, 71, e Rubem Luiz, 73 —, além de tentar assassinar a irmã. O crime aconteceu na quarta-feira (24/2), em um apartamento na Rua 19 Sul de Águas Claras.

A decisão ocorreu após audiência de custódia, na manhã desta quinta-feira (25/2). Marcelo não compareceu à audiência por estar internado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), após ferir as vítimas com golpes de faca. O acusado foi indiciado por duplo homicídio e tentativa de assassinato, pela 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul).

Ao converter a prisão do acusado, o juiz substituto do Núcleo de Audiência de Custódia (NAC) considerou que os fatos apresentaram "extrema gravidade concreta" e que o modus operandi do crime demonstrou "especial periculosidade, ousadia ímpar e desprezo pela vida humana", tornando necessária a medida cautelar contra Marcelo. O inquérito policial será encaminhado ao Tribunal do Júri de Águas Claras, onde tramitará o processo.

Ocorrência

Marcelo foi preso em flagrante, na quarta-feira (24/2), após matar os pais e tentar matar a irmã. Após acordar, ele teria ido até a cozinha do apartamento, pegou uma faca e cometeu o crime. Familiares dele informaram que o acusado tem esquizofrenia e que passou por um surto psicótico.

A irmã de Marcelo foi ferida no tórax, mas conseguiu sair do apartamento para pedir socorro. Ela continua internada no Hospital de Águas Claras, sem risco de morte. O acusado está no HRT, onde trata do quadro psiquiátrico.

O caso chocou os moradores e funcionários do prédio, além de comerciantes da região. A Polícia Militar havia sido chamada para atender a uma denúncia de violência doméstica no local. No entanto, ao chegarem, encontraram os corpos dos pais de Marcelo. Testemunhas relataram que o crime foi precedido por pedidos de socorro, além de gritos de desespero e pânico.

Histórico

Marcelo morava no edifício havia cerca de seis meses. Até terça-feira (23/2), não havia registros de qualquer conflito. Naquele dia, porém, outra situação chamou a atenção de funcionários do prédio. Pela manhã, ele subiu e desceu as escadas várias vezes; depois, saiu correndo pela rua.

Ele passou mal e caiu no chão em frente a um supermercado, onde teve uma convulsão. A família foi avisada, e os pais dele, que moravam em Goiânia, vieram a Brasília para prestar assistência ao filho, na intenção de interná-lo no dia seguinte.

A delegada Laryssa Neves, que investiga o caso, afirmou que Marcelo não havia tomado a medicação quando teve a crise. Em depoimento, testemunhas relataram que ele tem um histórico de surtos psiquiátricos, mas nenhum havia sido relacionado a episódios de violência.

Aos 18 anos, ele chegou a ser internado no Rio de Janeiro — onde os pais moravam, à época. Anos depois, quando os pais se mudaram para Goiânia, ele decidiu ficar em Brasília.

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  • Leila Ribeiro, de 71 anos, e Rubem Luiz, de 73, moravam em Goiânia e vieram a Brasília para ajudar o filho que entrou em surto no dia anterior
    Leila Ribeiro, de 71 anos, e Rubem Luiz, de 73, moravam em Goiânia e vieram a Brasília para ajudar o filho que entrou em surto no dia anterior Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
  • Preso em flagrante, homem de 39 anos foi levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT)
    Preso em flagrante, homem de 39 anos foi levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
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