O novo coronavírus tem impactado fortemente na saúde das pessoas ao ter a capacidade de infectar todas as células do nosso organismo e gerar um processo grave de inflamação. No entanto, pacientes vêm reclamando de sintomas que vão além dos que são característicos das infecções virais. Entre eles estão problemas cognitivos, perda de paladar, disfunção erétil, entre outros.
Em entrevista ao CB.Saúde — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — desta quinta-feira (25/2) o clínico geral e coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia, Luciano Lourenço, explicou que os profissionais de saúde que atendem em prontos-socorros vêm percebendo o aumento de queixas a respeito dos sintomas que não são comuns, algo que mostra o quanto a covid-19 é uma doença inesperada.
“A gente começa a perceber agora que, além dos sintomas mais comuns, temos queixas de falta de concentração, de memória, queda de cabelo e dificuldade de retomar as atividades físicas. São sintomas que vêm surgindo”, contou o médico. Lourenço também chama atenção para como a doença tem impactado na saúde mental das pessoas. “A gente tem que pensar também nas doenças mentais porque há um aumento muito grande de queixas emocionais de ansiedade, pânico e depressão”.
Durante o programa conduzido pela jornalista Carmem Souza, o clínico geral do Hospital Santa Lúcia também esclareceu que ainda não se sabe ao certo se os sintomas atípicos são devido ao vírus, à mudança brusca do convívio social e da rotina das pessoas ou à combinação dos dois fatores. “Essa é uma grande questão porque, quando a gente tem momentos como os que estamos vivendo nesses últimos tempos, temos que entender se os sintomas vêm realmente só do vírus ou se as mudanças bruscas das rotinas sociais, laborais e familiares podem estar contribuindo para isso”, aponta.
Segundo o médico, as queixas referente à perda de memória são as mais recorrentes entre os pacientes que tiveram a doença e estão agora com sintomas que não haviam se manifestado antes. Para Lourenço, os sintomas atípicos sinalizam, sem dúvidas, a necessidade de um acompanhamento das pessoas que foram contaminadas pelo vírus a longo prazo.
Confira a entrevista:
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