Na última terça-feira (23/2), a reitora Márcia Abrahão esteve com o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Rafael Prudente, pedindo apoio para recompor o orçamento da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF). Os recursos previstos anualmente para a fundação caíram de 2% para 0,5% da receita líquida do DF, ou de aproximadamente R$ 400 milhões para R$ 100 milhões.
Somente na UnB, há projetos para 2021 que demandariam recursos da ordem de R$ 270 milhões. "A pandemia evidenciou a importância do desenvolvimento científico para o Brasil, de modo que a redução do orçamento da FAP prejudica muito o trabalho que vem sendo desenvolvido por nossos pesquisadores", pontuou Márcia Abrahão.
Entre os projetos aguardando recursos para serem viabilizados, estão os de pesquisa, extensão e inovação de combate à covid-19. Há também propostas para a melhoria da infraestrutura laboratorial da UnB e para a consolidação de centros de pesquisa de temas emergentes, como inteligência artificial e nanotecnologia. "As agências de fomento reduziram drasticamente os recursos para apoio à ciência, ao mesmo tempo em que a infraestrutura de pesquisa vai ficando cada vez mais defasada", destaca Claudia Amorim, decana em exercício de Pesquisa e Inovação.
Também presente na reunião, Lúcio Rennó, decano de Pós-Graduação, lembrou da importância dos recursos da FAP-DF para o financiamento de bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. "Sabemos que a fundação tem problemas estruturais para executar o orçamento e estamos dispostos a ajudar no que for possível, pois há uma enorme demanda", disse.
Compromisso
O presidente da CLDF se colocou à disposição da UnB. "Se vocês tiverem dificuldades orçamentárias para executar projetos, me comprometo a tentar resolver, em contato com a Secretaria de Economia", afirmou. Ele sugeriu que a Universidade aponte, em conjunto com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, as propostas prioritárias para tentar garantir o orçamento.
Durante a conversa, ele também se comprometeu a pautar a proposição de decreto legislativo que isente a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à UnB, de pagamento do ICMS. O decreto em vigor vence no próximo mês e, sem essa isenção, a Finatec pode perder competitividade em relação a fundações de apoio de outros estados.
Outro assunto da conversa com Rafael Prudente foi a criação de um campus da UnB no Paranoá, tema recentemente discutido em reuniões com o administrador regional e com integrantes de movimentos sociais da cidade. "Em todas as conversas que tive no Paranoá nos últimos seis anos, sempre aparece essa demanda", comentou.
A reitora frisou a importância da parceria interinstitucional para tirar um projeto como esse do papel. "Precisamos ter tudo muito bem articulado, principalmente com o Ministério da Educação, para ter professores e técnicos no novo campus, além de recursos garantidos para a manutenção", disse.
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