Alegre, extrovertida e amorosa. Essas são algumas das muitas qualidades que definem Vitória Oliveira. Aos 4 anos, a pequena deixa um exemplo de luta e superação. Vitória estava internada desde a última quarta-feira, após ser atropelada enquanto andava de bicicleta no Núcleo Rural Rajadinha 2, em Planaltina. Na tarde de ontem, ela morreu por falência múltipla de órgãos. O motorista fugiu do local sem prestar socorro e, até o fechamento dessa edição, não havia sido identificado. Ontem, investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) divulgaram a imagem do veículo suspeito de atropelar a menina (leia Investigação).
Desde a internação, foram seis dias de apreensão, dor e esperança para os familiares. Vitória morava com os pais e dois irmãos. No dia do acidente, ela, a irmã mais velha, de 7 anos, e três primas saíram para andar de bicicleta. A mãe de Vitória, Samantha Oliveira, 29, relata que a casa onde a família reside dá acesso a uma ladeira, próxima à rodovia. A menina teria descido a rua na bicicleta e, sem conseguir frear, acabou sendo atingida pelo carro.
A criança sofreu afundamento de crânio e fratura exposta na cabeça. Vitória foi levada às pressas por uma aeronave do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) ao Hospital de Base, onde permaneceu em estado gravíssimo. Diariamente, a equipe médica fazia exames para descartar ou decretar a morte cerebral da menina. O último deles apresentou resultado inconclusivo e indicava que a criança tinha sinais cerebrais, o que, para a família, representava um sinal de esperança. “Estávamos confiantes. Eu falei que não aceitava tirar ela desse hospital em um caixão. Estamos todos desnorteados. Foram seis dias de muita luta”, lamentou a mãe.
Para Samantha, a lembrança que fica de Vitória é de uma menina alegre, esperta e amorosa. “Ela não se desfazia de ninguém. Estava sempre sorridente, sempre brincando. Essa é a memória que vou ter dela”, frisou. Ontem à noite, familiares e conhecidos promoveram uma carreata em homenagem à Vitória. Além disso, o ato pedia por justiça. Até o fechamento desta edição, não havia informações acerca do velório e sepultamento.
Guerreira
Prematura, Vitória nasceu prestes a completar sete meses e desencadeou problemas de saúde por autoimunidade. Há um ano, ela teve pneumonia e levou três meses para ser curada. Além disso, desde pequena, apresentou quadros graves de infecção. O pai da menina, Lucas Nascimento, 26, admira a garra da filha. “Ela nos deu uma aula de superação. Sempre foi muito guerreira e forte. Agora, ela estava na melhor fase da vida, brincando, aproveitando a infância”, disse.
Para ele, fica a imagem de uma criança guerreira, que estava disposta a aprender e a produzir coisas novas. “Ela gostava muito de desenhar. Não ficava parada e sempre queria fazer alguma coisa. Era um espetáculo de criança”, contou, emocionado.
A família pede justiça e ajuda da população para encontrar o motorista responsável pelo atropelamento. “Eu estava acreditando que essa pessoa fosse se entregar. Mas, como não fez isso, eu a considero perigosa e, se ficar impune, pode fazer outra vítima e outra família pode chorar como nós estamos chorando. Queremos ajuda de todos para que esse crime não fique impune”, suplicou o pai.
Investigação
Ontem, investigadores da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) divulgaram a imagem do veículo suspeito de ter atropelado Vitória. Trata-se de uma Hilux prata (foto), com placa ainda não identificada. O mesmo carro aparece, 20 minutos após o crime, na região do Café Sem Troco, com a frente danificada. No sábado, a polícia apreendeu todos os veículos com as mesmas características da caminhonete que circulavam na região. Os carros foram submetidos a exames periciais. A PCDF pede ajuda da comunidade com informações ou denúncias pelos canais on-line, disponíveis no site oficial da instituição ou pelo Disque-Denúncia (197). Não é necessário se identificar.
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