FACÇÃO DO DF

Facção Comboio do Cão pode estar por trás da morte de casal no Riacho Fundo

Para polícia, assassinato de casal no Riacho Fundo 2 pode se tratar de execução a mando de organização criminosa. Investigação apura possível acerto de contas

Edis Henrique Peres
postado em 16/02/2021 20:08
 (crédito: Correio Braziliense)
(crédito: Correio Braziliense)

O casal assassinado no Riacho Fundo 2, na tarde de segunda-feira (15/2), pode ter sido executado pela facção criminosa Comboio do Cão, considerada a maior organização que atua no Distrito Federal. As suspeitas se devem ao modus operandi da ação, durante a qual os autores do crime usaram uma pistola 9mm e efetuaram uma rajada de disparos — entre 20 e 30 tiros.

A característica dos disparos é considerada comportamento comum entre integrantes da facção brasiliense, segundo a Polícia Civil do DF. O grupo é responsável por diversos delitos, como tráfico de drogas e de armas, além de homicídios nas regiões administrativas do Riacho Fundo, Samambaia, Recanto das Emas, Ceilândia e Taguatinga.

No caso do crime desta semana, a polícia trabalha com a possibilidade de acerto de contas entre integrantes de grupos adversários. "Há informações de que a vítima do sexo masculino integrava uma facção rival, o Comando Vermelho. Contudo, as investigações estão em andamento e não descartamos nenhuma hipótese", informou o delegado Marcelo Guerra, do Departamento de Combate a Corrupção e Crime Organizado (Decor).

Thiago Duarte Neto, 24 anos, natural de Goiânia, e Talita Souza Mendonça, 23, natural de Caldas Novas, foram executados por volta das 12h30 de segunda-feira (15/2), quando suspeitos estacionaram um carro em frente ao prédio onde as vítimas moravam há quatro meses, no Riacho Fundo 2. O veículo, modelo Fiat Mobi, teria seguido Thiago e Talita antes do assassinato.

Animal fica ferido

Um cachorro da raça shih-tzu estava no colo da Talita no momento dos disparos. Ele foi atingido por um tiro no maxilar. Inicialmente, considerou-se que o animal tivesse morrido, mas, quando a soldado Alessandra Rodrigues, da Polícia Militar do DF, registrou a cena do crime, percebeu que o cãozinho ainda respirava.

"Atualmente, estamos em contato com o veterinário, e ele (o cachorro) está bem. Ainda deve precisar de mais duas cirurgias. Mas ele teve uma evolução boa. Parou de cuspir sangue durante a madrugada, e o veterinário que fez a avaliação da radiografia disse que o quadro é menos grave do que o esperado", disse Alessandra.

A expectativa é de que, após o procedimento, o cãozinho seja adotado. "Preferencialmente, ele irá para a família da vítima, mas, caso eles não se responsabilizem, faremos a adoção. O animal terá algumas sequelas físicas e psicológicas por causa do ocorrido. O (novo) dono tem de estar ciente de que ele é um cachorro que necessita cuidados especiais", destacou a soldado.

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