Dias antes de ser assassinado, o policial federal Moacyr Ferreira da Silva, 63 anos, registrou boletim de ocorrência por ameaça contra o suspeito pelo homicídio, Edmar Xavier da Silva, 36, caseiro da fazenda da qual o servidor era proprietário, no Residencial Veredas dos Buritis, na Zona Rural de Buritis (MG) — distante cerca de 213km de Brasília. Moacyr levou um tiro na cabeça na noite de segunda-feira (8/2). Após cometer o crime, o trabalhador rural fugiu com o carro da vítima para o Distrito Federal.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) afirmou que, na quinta-feira (4/2), Moacyr registrou um boletim de ocorrência contra Edmar, informando que o suspeito havia lhe ameaçado. Conforme o registro policial, o policial federal alegou que, na véspera, dispensou o caseiro e pediu para que ele assinasse o aviso-prévio, dando um prazo para que o homem deixasse a propriedade, mas o trabalhador rural não aceitou.
Ao dizer que não assinaria o aviso-prévio, Edmar declarou que “ia acertar as contas” com o Moacyr, o que foi entendido pelo policial da reserva como ameaça. De acordo com as investigações, a mulher do servidor relatou que, na manhã de segunda-feira, o policial saiu da sede da fazenda e deslocou-se até um ponto da propriedade, para fazer uma cerca, em companhia de um homem. A mulher relatou, ainda, que o marido foi visto pela última vez por volta das 11h de segunda-feira, quando foi até a residência para buscar o almoço. Depois, não mais retornou.
O corpo do policial foi encontrado dentro de uma grota na Fazenda Veredas do Buriti, distante cerca de 55km da sede urbana de Buritis. A propriedade também fica cerca de 40km da divisa de Minas e Goiás, próxima do distrito de Bezerra, município de Formosa (GO).
Carro encontrado no DF
O Correio apurou que o policial federal morava no bairro Jardim América, em Goiânia, e tinha uma fazenda em Buritis, em Minas Gerais. Moacyr aposentou-se há sete anos e era lotado em Goiânia. Por volta de 1h desta terça-feira (9/2), policiais civis da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) do DF foram acionados para uma ocorrência de incêndio em um veículo. Ao chegarem ao local, às margens da DF-220, os agentes encontraram o veículo em chamas.
O automóvel, uma Hilux bege, conforme o Correio apurou, está registrado em nome de Moacyr. O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) chegou a ser acionado para apagar o fogo. Segundo as investigações, após cometer o homicídio, o caseiro teria pegado o carro do policial, dirigido até o DF, incendiado e, em seguida, fugido. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.
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