As incertezas e os novos hábitos da pandemia contribuem para o desenvolvimento de distúrbios mentais. No entanto, há formas de manter o cérebro mais equilibrado, como a meditação. Em entrevista ao CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — conduzida pelo jornalista Alexandre de Paula, o presidente da Sociedade Vipassana de Meditação Regis Guimarães explicou como a prática meditativa auxilia o autoconhecimento e o controle das emoções. O engenheiro e professor considera que o acesso demasiado à informação provocado pelo advento da tecnologia pode prejudicar a mente humana.
“A sociedade moderna está sendo excessivamente bombardeada por informação, as tecnologias têm propiciado uma oferta de informação e atrás da informação vem demanda, não existe informação gratuita. Essa demanda provoca um grau de ansiedade que está se propagando na sociedade moderna de forma muito intensa”, afirma o Guimarães. O Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é ainda o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%), apontam dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo estimativas da agência especializada em saúde da ONU, a depressão e a ansiedade possuem um impacto econômico global de um bilhão de dólares por ano. “A própria OMS mostra que está havendo uma ampliação de falta ao trabalho e qualidade de vida por causa de transtorno mental, que se desdobra para o físico gerando uma série de deficiências, incapacitando as pessoas”, diz o presidente da Sociedade Vipassana de Meditação.
Na visão do professor, a meditação é capaz de ajudar no enfrentamento de transtornos mentais por ser uma ferramenta que contribui para o conhecimento da mente. “Hoje, somos treinados a olhar para as fontes externas de comunicação e temos muita dificuldade de olhar para o interno. A meditação é um treinamento mental para nos interiorizar, para aprender a ser um observador de si mesmo e identificar mecanismos reativos”, conta ele.
Entretanto, há estigmas em torno da meditação. “Quando atingimos o estado meditativo, podemos ser mais criativos e não tem nada de flutuar e ler mentes dos outros, isto é fantasia, é mito. Muitas religiões tem práticas contemplativas, como o cristianismo, judaísmo, espiritismo e o islamismo. Mas a meditação perdeu esse aspecto de religião e se tornou ciência da saúde mental”, explica Regis Gumarães.
Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel
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