Desde que a vacinação contra a covid-19 começou no Distrito Federal, em 19 de janeiro, 76.424 brasilienses foram imunizados. Nessa segunda-feira (1°/2), 42 mil idosos do DF com mais de 80 anos puderam dar início ao processo de vacinação contra doença.
A imunização contra a covid-19, no entanto, não é feita em uma única dose com as vacinas disponíveis atualmente no Brasil, distribuídas para os entes federativos pelo Ministério da Saúde. Quem já foi vacinado precisa ficar atento aos intervalos entre as doses, que podem variar a depender de qual imunizante a pessoa recebeu.
Quais são os intervalos entre as aplicações das doses de cada vacina?
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a bula da CoronaVac — produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac — estabelece que o esquema de imunização é de duas doses de 0,5ml, com intervalo entre duas e quatro semanas. Ainda não foi determinado se doses de reforço do produto serão necessárias.
Em relação à Covishield, desenvolvida pela universidade inglesa de Oxford com a farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca, a bula aprovada pela Anvisa afirma que a segunda dose deve ser administrada entre quatro e 12 semanas após a primeira dose.
No entanto, um estudo preliminar desta terça-feira (2/2) disponibilizado na plataforma da revista The Lancet apontou que a eficácia da Covishield aumenta de 54,9% se aplicada as duas doses em um intervalo de menos de seis semanas, para 82,4%, quando aplicada com um espaço superior a 12 semanas. O estudo é preliminar e ainda precisa ser revisado pela revista e pela comunidade científica antes que possa direcionar decisões clínicas. O conteúdo está disponível na biblioteca de pré-prints da The Lancet.
Por que os intervalos são diferentes?
O médico infectologista Luís Gustavo Santos esclarece que cada vacina age por meio de mecanismos de ações diferentes. "As formulações se distinguem. A de Oxford/AstraZeneca é feita com vetor viral. A CoronaVac é feita com vírus inativado", explica.
Perdi o dia de aplicação da segunda dose, o que preciso fazer? A eficácia ficará comprometida se o intervalo entre as doses for um ou dois dias maior do que o estabelecido?
A orientação do médico infectologista Luís Gustavo Santos é procurar o local onde foi vacinado. "Um atraso de um ou dois dias não prejudica a imunização em si, mas pode atrapalhar a logística da unidade de saúde em que a pessoa recebeu a vacina", completa.
É preciso tomar a segunda dose na mesma unidade de saúde em que a primeira foi recebida?
A SES-DF destaca que, após receber a primeira dose, o usuário será orientado de quando e onde deverá retornar para receber a segunda dose da vacina.
Há um tempo mínimo de intervalo para a segunda dose da Covishield? A eficácia dela pode variar a depender do intervalo entre as doses?
Segundo a Anvisa, a aprovação da agência está baseada nos dados dos estudos apresentados. "Para alcançar a eficácia apontada pelos estudos, é imprescindível que os intervalos sejam seguidos, pois é o que está demonstrado nos dados de pesquisa apresentados até o momento. Não há dados para tratar de outros intervalos", ressalta a Anvisa. A agência recomenda que o intervalo aprovado seja seguido.
Para a Covishield, a recomendação é de um intervalo de quatro a 12 semanas entre as doses.
Quantas doses de vacinas contra a covid-19 o DF tem atualmente?
Segundo a Secretaria de Saúde, são 125.160 doses da vacina CoronaVac e 41,5 mil doses da vacina Covishield.
Posso ter alguma reação às vacinas?
Não foram registrados efeitos adversos graves nem de interesse especial relacionados às duas vacinas.
O Instituto Butantan destaca que os efeitos mais comuns apresentados após a vacina CoronaVac incluem dor no local da aplicação e dor de cabeça após a primeira dose.
A Fiocruz esclarece que as reações mais comuns à aplicação do imunizante Covishield foram dor no local da vacinação, febre e dor de cabeça, todas de intensidade leve ou moderada.
As duas vacinas são extremamente vantajosas devido à temperatura de conservação entre 2°C e 8°C, média que os freezers disponíveis no Brasil utilizam para outras vacinas, o que facilita o uso na estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).
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