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Covid-19: Infectologista adverte quanto aos cuidados durante vacinação

Aglomeração em filas de espera em postos de saúde causa riscos de exposição ao novo coronavírus

Ana Maria da Silva
postado em 01/02/2021 15:51 / atualizado em 01/02/2021 21:58
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A vacinação contra a covid-19 para idosos acima de 80 anos do Distrito Federal começou. O epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant ressaltou, em entrevista ao CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta segunda-feira (1º/2), os cuidados que devem ser adotados na ida aos postos de vacinação pelo grupo de risco.

“A gente poderia ter trabalhado essa campanha de maneira mais esparsa, garantindo que os idosos soubessem quando deveriam ir para a unidade mais próxima de sua residência. Não foi o que aconteceu, e com isso tivemos o adensamento de pessoas na porta de unidades de saúde, causando um risco”, reforça o professor. Para as pessoas que não foram se vacinar ainda, Jonas recomenda a espera. “Essa fila irá diminuir. Existem doses suficientes para todas as pessoas desse grupo de risco. Ao final da semana, procurem as unidades com mais calma”, completa.

O infectologista ressalta que, ao estar em fila, a exposição e o risco de transmissão aumentam. “O próprio fato de sair de casa, se expor ao sol, para uma pessoas de 80 anos, é um risco grande. Então, é importante evitar filas, tentar se organizar para que quando diminuam as filas possa buscar o atendimento com bastante tranquilidade”, ressalta. “Nós conseguimos começar a imunizar o maior grupo de risco da doença, então é um momento importante, de muita alegria. Esperamos que, com isso, consigamos diminuir o número de internações e casos graves, e aliviar um pouco a rede hospitalar de alta complexidade no DF”, complementa.


Imunidade

Ao ser questionado quanto a imunidade oferecida pela vacina, Jonas explicou o funcionamento das doses. “Quando eu tomo uma vacina, estou expondo o meu organismo a um antígeno, que é um pedaço do vírus, para que eu possa conhecê-lo e preparar meu sistema imunológico para que eu possa combatê-lo”, diz. Na maioria das vacinas, somente uma dose não é suficiente. “Eu preciso fazer uma dose para que o organismo conheça o vírus e depois reaplico outra para que o sistema imune produza uma grande quantidade de anticorpos”, diz.

Sendo assim, o infectologista explica que será preciso esperar a segunda dose para que ocorra a imunização. “Em geral, teremos que esperar a segunda dose para que a pessoa esteja realmente imunizada. Já vimos, por meio de estudos, que mesmo com as duas doses não haverá 100% de proteção. Provavelmente, não terão a doença em estado grave, mas ainda podem ser infectados. Então, será importante manter as medidas de proteção”, adverte.

Assista entrevista na íntegra.

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