Saúde

Filas marcam primeiro dia de vacinação de idosos acima de 80 anos

Na UBS 02, do Cruzeiro Velho, a imunização teve início às 13h. "Apesar da situação difícil e um pouco desumana, já estou aqui e quero garantir logo a imunização", desabafa Jorgina Santana, 80 anos

Samara Schwingel
postado em 01/02/2021 13:50 / atualizado em 01/02/2021 14:28
 (crédito: CB / DA Press / Samara Schwingel)
(crédito: CB / DA Press / Samara Schwingel)

A vacinação de idosos acima de 80 anos começou com filas na Unidade Básica de Saúde 02 do Cruzeiro Velho. Com início do processo às 13h, 20 minutos antes era possível notar uma fila que se estendia até o estacionamento do local.

Apesar da estrutura montada para atender ao público, os idosos e acompanhantes precisaram esperar sob o sol e em pé. Jorgina de Santana, 80 anos, moradora do Cruzeiro Velho, chegou no posto por volta de 12h e reclama do calor. “Trouxe uma cadeira, água e álcool em gel, mas imaginei que fosse ter uma organização maior”, diz.

Mesmo com a longa fila e da espera, ela afirma que não pensa em voltar para casa sem se vacinar. “Apesar da situação difícil e um pouco desumana, já estou aqui e quero garantir logo a imunização”, conta.

Além de Jorgina, outros idosos estavam na fila, muitos em pé e amparados pelos acompanhantes.

Na unidade, os servidores montaram bancos e uma tenda para atender aos idoso, porém, devido à grande demanda, a estrutura não conseguiu atender a todos.

Longas filas

Idosos com dificuldade de mobilidade também precisaram esperar sob o sol e na grama. Eloá Siqueira, 34, levou a avó, Teresa Augusta, 85, para vacinar na unidade. Após mais de uma hora na fila, as moradores do Cruzeiro Novo, ainda não foram atendida. Com medo da avó passar mal, Eloá pediu para a mãe ficar na fila e esperou com a avó do lado de fora.

“Ela é cadeirante, teve um AVC recentemente. Não dá para ficar com ela nesse calor e nessa calçada sem estrutura”, diz. Apesar disso, Eloá não pretende abandonar a fila. “Só saio daqui com a minha avó vacinada.”

Irene Maria, 81, moradora do Cruzeiro Novo, chegou a perguntar se os cadeirantes tinham preferência, mas a resposta foi negativa. “Disseram para esperar na fila e eu estou esperando. Eu vou me vacinar hoje.” Ela precisa do apoio por causa de cirurgias recém-realizadas.

“Tem muitos cadeirantes aqui. É um absurdo esse descaso”, diz Irene. Na fila, Irene conta com o apoio de outras pessoas para se locomover. “Tem um amigo me ajudando aqui, mas achei que teríamos preferência.”

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