A partir das 13h de amanhã, os mais de 42 mil idosos acima de 80 anos que residem no Distrito Federal começam a ser vacinados contra a covid-19. O anúncio da ampliação da vacinação anima a população, mas, segundo especialistas, também gera preocupações como a possibilidade de aglomeração nos pontos de vacinação. Por isso, tanto a Secretaria de Saúde (SES) quanto os especialistas alertam que não há necessidade de desespero e que haverá vacina para todos. Além disso, o governo chama a atenção para possíveis golpes e reforça que não haverá agendamento, reserva ou aplicação do imunizante por drive-thru.
De acordo com a secretaria, a vacina será aplicada em 30 unidades básicas de saúde e em seis locais como ginásios e escolas (Veja a lista completa no link: bit.ly/vacinaçãoDF). Ainda segundo a pasta, não é necessário agendamento prévio, basta o idoso comparecer a uma das unidades listadas portando um documento no qual seja possível verificar o Cadastro de Pessoa Física (CPF) do usuário. Em entrevista ao Correio, o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, afirmou que tanto a CoronaVac, vacina chinesa produzida pelo Instituto Butantan (SP), quanto a Astrazeneca, vacina de Oxford, serão distribuídas aos idosos. “Não haverá apenas um tipo de vacina nas unidades. A Secretaria de Saúde está distribuindo as vacinas conforme a solicitação de cada unidade, sem se preocupar com o laboratório de origem.”
De acordo comAna Helena Germoglio, infectologista do Hospital Águas Claras, esta fase é uma das mais esperadas da vacinação. “A população idosa tem muitas chances de desenvolver sintomas graves caso contraia a covid-19. Por isso, a vacina era algo tão esperado para eles e todos os idosos devem aderir”, diz. Apesar da empolgação, a especialista afirma que não há necessidade de desespero e alerta: se, por acaso, o posto estiver muito cheio e não for possível aguardar com segurança, ou seja, com distanciamento social, é melhor voltar depois. Além disso, ela destaca a necessidade de amigos e familiares auxiliarem os idosos neste momento. “As pessoas precisam ajudar este público, levá-los até os postos corretos, verificar a data da segunda dose e qual foi a vacina aplicada. Além de evitar golpes”, completa.
Segundo a SES, as unidades nas quais as vacinas serão aplicadas neste primeiro momento possuem um fluxo de atendimento pensado para evitar aglomerações. A pasta garantiu que haverá também um espaço de 1,5 metro entre os usuários, organizado pelos servidores da unidade de saúde. Apesar da garantia, Hemerson Luz, infectologista do Hospital das Forças Armadas (HFA), afirma que é preciso pensar em uma logística melhor para a vacinação deste público. “É um público que precisa se vacinar, por fazer parte do grupo de risco para a covid-19. É preciso pensar um modelo que evite a exposição dos idosos, que tenha apoio técnico e garanta que os protocolos de segurança sejam respeitados”, considera.
Sem drive-thru
Neste momento, a SES não vai adotar o sistema de drive-thru ou de agendamento prévio para a aplicação das vacinas contra covid-19. Segundo o secretário-adjunto de Assistência à Saúde substituto, Alexandre Garcia, a falta de apoio e estrutura do formato de drive-thru foi o principal motivo para que, no DF, essa modalidade fosse descartada. “Como vamos lidar com um público muito idoso, precisamos ter apoio médico próximo, caso alguém passe mal ou precise de algo. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), temos esse amparo”, diz.
Além disso, Garcia garante que não há necessidade de pressa. “Haverá vacina para todos e sem data limite. Ou seja, se um idoso não conseguir ir a um posto no primeiro dia ou durante a primeira semana, não tem problema, ele pode ir depois e será vacinado. O importante é que se vacine, use máscara e obedeça o distanciamento social”, completa. O DF já recebeu cerca de 166,6 mil doses de imunizantes contra a covid-19 e espera receber, entre terça-feira e quarta-feira, mais doses do Ministério da Saúde. Até às 19h de sexta-feira, 44.315 pessoas foram vacinadas .