OBITUÁRIO

Morre o coronel Milton Córdova, ex-professor do Colégio Militar de Brasília

Militar morreu nove dias depois da mulher, Marilda Baeta Córdova. Casal estava hospitalizado desde 25 de dezembro e não resistiu às complicações provocadas pela covid-19

Morreu, nessa terça-feira (26/1), aos 88 anos, o ex-professor do Colégio Militar de Brasília (CMB) coronel Milton Córdova. Ele estava internado no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte, e não resistiu a complicações provocadas pela covid-19. O óbito do educador ocorreu nove dias depois de a mulher dele, Marilda Baeta Córdova, morrer devido ao mesmo problema. O casal estava hospitalizado desde 25 de dezembro.

Professor de matemática, Milton passou por colégios militares da capital mineira e de Manaus. Nascido em São Joaquim (SC), o coronel se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e foi destacado para atuar em todas as regiões do Brasil, em 1969. Em Brasília desde 1982, ele se tornou conhecido, principalmente, entre os alunos do CMB, onde lecionou até 1996.

Reprodução/Redes sociais - Milton Córdova com a companheira, Marilda Baeta Córdova


Milton e Marilda estavam juntos havia 63 anos. As internações por causa da covid-19 aconteceram no dia do aniversário de casamento dos dois. "Eles se conheceram em Rezende, no Rio de Janeiro. Ele era da Aman, e minha mãe estava na cidade como aluna de enfermagem de uma escola católica. (Os dois) se encontraram em um evento entre cadetes da Aman e alunas desse colégio", conta Maristela Baeta, filha do casal.

Paralelamente à carreira militar, Milton começou a dar aulas de matemática. A matéria, segundo Maristela, era a segunda paixão do pai. Quando fomos para Manaus, ele fez um concurso para continuar a carreira, mas no Colégio Militar. Lá, foi a primeira atuação dele como chefe de ensino da cadeira dessa disciplina. A partir disso, começou a se projetar e fez fama por causa do jeito dele", conta a filha. "Crescemos ouvindo elogios ao militar que ele era. Ao compromisso, à seriedade e aos valores morais dele", completa Maristela.

Milton Córdova também foi atleta de tênis de quadra e campeão das Forças Armadas. "Como ele era muito transferido de estado, as delegações, quando chegava a épocas das olimpíadas militares, queriam tê-lo como atleta da equipe. Ele era muito bom e vencia quase tudo", recorda-se a filha.

Fã-clube

Desde 2017, a página do Facebook Coronel Córdova Colégio Militar (Fã-Clube) reúne ex-alunos e pessoas que conviveram com o professor. A ideia surgiu porque Milton costumava ser abordado por conhecidos na rua. "Em qualquer lugar do Brasil ou do exterior, sempre no meio da multidão, aparecia algum ex-aluno. Todos eles reconheciam meu pai, emocionavam-se e queria se aproximar", explica Maristela. "Com a notícia do falecimento dele e da minha mãe, a comoção está ainda maior", afirma.

Reprodução/Redes sociais - Milton Córdova com estudantes do Colégio Militar de Brasília, onde lecionou

Nesta terça-feira (26/1), a família foi para Belo Horizonte, para tomar cuidar do sepultamento e prestar as últimas homenagens. Milton Córdova e Marilda Baeta Córdova deixam seis filhos, 14 netos e seis bisnetos.