A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu as investigações de dois assassinatos ocorridos na Estrutural, na noite de domingo. Letícia Santos de Souza, 22 anos, e Edmundo Santos Oliveira, 21, foram mortos a tiros no Setor Santa Luzia. Dois homens acusados de cometer os crimes estão presos: o então companheiro da jovem, Danilo Gomes Anunciato, 25, e um amigo dele, Geilson de Jesus Santos, 26.
Inicialmente, o caso foi tratado como feminicídio pela 8ª Delegacia de Polícia (Setor de Indústria e Abastecimento), mas os investigadores descartaram a hipótese, devido às circunstâncias do caso, conforme o Correio adiantou. Danilo e Letícia estavam juntos havia cerca de cinco anos e mantinham uma relação conturbada, marcada por brigas e outros tipos de violência. O casal teve dois filhos, um de 2 anos e um bebê de 11 meses. Há um mês, a vítima deu à luz uma menina.
Na noite do crime, Danilo encontrou a certidão de nascimento da menina, registrada como filha de Edmundo. Inconformado, o acusado chamou Geilson para ir à casa do desafeto, na Rua da Paz. “Eles (Danilo e Edmundo) iniciaram uma luta corporal, e Geilson atirou contra Edmundo. A Letícia estava no imóvel no momento e presenciou o homicídio”, detalhou o delegado Rodrigo Bonach, chefe da 8ª DP. Durante o tiroteio, Danilo foi atingido acidentalmente na perna e recebeu atendimento do Corpo de Bombeiros. Os militares levaram-no ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde ele se apresentou com nome falso, mas acabou identificado e preso em flagrante.
Desesperada, Letícia acompanhou Edmundo até o hospital, mas ele não resistiu e morreu. Depois de a jovem voltar para a casa, Geilson apareceu, e os dois começaram uma discussão. Em seguida, ele a matou com dois tiros na cabeça, enquanto a vítima carregava a filha recém-nascida. “Informalmente, ela comentou com os investigadores a autoria do crime (contra Edmundo). Ao que tudo indica, o amigo de Danilo a matou para que ela não depusesse a respeito do primeiro homicídio, pois era testemunha do crime”, afirmou Rodrigo Bonach.
Na tarde de quarta-feira, policiais civis localizaram Geilson escondido em uma casa na Estrutural. Com ele, os agentes apreenderam a arma usada nos assassinatos, um revólver calibre .38 com munição. Ele responderá por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e para assegurar a impunidade de outro crime —, além de porte ilegal de arma de fogo.
Danilo cumpria pena em regime domiciliar por lesão corporal contra Letícia e responderá por homicídio. Na terça-feira, a mãe de Letícia, Maria Aparecida dos Santos, 45, contou ao Correio que a relação do casal era problemática, com relatos de agressões físicas e verbais. A vítima tinha medidas protetivas contra Danilo, mas os dois moravam na mesma casa. Maria Aparecida comentou que, diversas vezes, a filha se queixou de agressões e ameaças que sofreu.