Um dos suspeitos de matar o motorista de aplicativo Geraldo Iris Gontijo, 51 anos, foi preso pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), ontem, em Valparaíso. O homem é acusado pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio, pois outra vítima do caso foi encontrada com ferimento de tiro, dentro do carro de Geraldo, em um setor de chácaras da cidade no Entorno. O segundo suspeito, Higor de Oliveira Silva, 26 anos, está foragido.
“Temos várias testemunhas que comprovam que os dois estavam esperando o motorista e a segunda vítima. Também temos imagens da segunda vítima pegando carona com o motorista que faleceu. E temos a rota do aplicativo 99 POP, que tem uma corrida não encerrada na região em que os corpos foram localizados”, afirma a delegada da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Valparaíso, Samya Noleto.
Quem tiver informações sobre o paradeiro do segundo suspeito, pode fazer denúncia anônima nos números 197 ou (61) 3629-8512 e (61) 3629-8514, da PCGO. A investigadora conta que falou, por telefone, com o outro suspeito do caso, mas o mesmo descartou envolvimento no crime. “Ele me disse que não devia nada. Por isso, não iria comparecer à delegacia”, declara.
Ao lembrar do convívio com Geraldo, o genro da vítima, que preferiu não se identificar, conta como era o comportamento do motorista durante o trabalho. “Ele nunca desconfiava de ninguém. Esse era o mau dele, era muito simpático. Muitos passageiros que fizeram viagem com ele nos procuraram para fazer elogios. Só pedíamos para que ele tomasse cuidado, e ele dizia que Deus estava com ele”, recorda. “Esse que foi preso não é o principal suspeito. Temos esperança de que, no mais tardar até sexta-feira, o foragido seja preso”, conclui o rapaz.
O caso
Após atender a uma corrida de aplicativo, no último dia 12, em Santa Maria, Geraldo seguiu até Valparaíso 2. A polícia acredita que ele tenha sido morto com tiro na nuca no município goiano e, depois, jogado no porta-malas do próprio carro. De acordo com a apuração policial, no Entorno do DF, os suspeitos foram atrás de um rival e o balearam diversas vezes.
Conforme a ocorrência, com Geraldo no carro, os criminosos dirigiram até Valparaíso 2 à procura de um rival, identificado como Dyego de França, 31. Após localizarem o rapaz, os suspeitos o colocaram à força no carro e o levaram até a Quadra 37, Anhanguera B. Lá, o balearam diversas vezes, fugindo em seguida. “Ele (Dyego) é testemunha-chave do caso. Vai ser ouvido assim que se recuperar”, adianta.
A vítima prestava serviços havia cerca de dois anos para empresas de transporte por aplicativo. Como o motorista tinha o costume de sair para trabalhar durante a madrugada, a família não estranhou.
Horas depois do crime, três pessoas passaram pelo local e avistaram o carro abandonado. Ao aproximarem-se do veículo, o trio identificou um homem sangrando no banco interior do automóvel. Sem ainda saber que o corpo do motorista de app estava no porta-malas, as testemunhas levaram o rapaz, com o carro de Geraldo Gontijo, até o Centro de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) de Valparaíso, mas, segundo relataram à polícia, não havia cirurgiões disponíveis. Então, seguiram até o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).
No HRSM, os socorristas da unidade perceberam que havia outro corpo dentro do porta-malas, mas sem sinais vitais. Policiais militares, então, conduziram as testemunhas e o veículo até Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Valparaíso.