Às 10h da manhã desta terça-feira (19/1), Lídia Rodrigues Dantas, 31 anos, entrou para a história como a primeira pessoa a ser vacinada contra a covid-19 no Distrito Federal. A enfermeira trabalha no Pronto Socorro do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) desde 2015 e, há dez meses, faz parte da equipe que atua no atendimento aos infectados pelo novo coronavírus.
Por isso, ela foi escolhida para ser o símbolo do início da vacinação na capital federal. Após receber a primeira dose, Lídia afirmou que confia no imunizante, uma vez que ele foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Não doeu nada e a Anvisa autorizou. Então, é uma vacina segura. Acredito que os profissionais da agência fazem um trabalho sério, assim como nós que atuamos em hospitais. Eles não iriam recomendar algo que não fizesse efeito", disse.
Após Lídia, outros cinco profissionais da equipe do Hran receberam a vacina. Karina de Jesus Silva, técnica de enfermagem, 38; Ana Paula Barbosa Pereira, fisioterapeuta, 49; Juliana Bento da Cunha, médica, 32; Narcisa Trajano de Araujo, auxiliar de limpeza, 61; e Pedro Teodoro, vigilante, 58. Todos estavam de plantão na unidade. Ainda nesta terça-feira, segundo a Secretaria de Saúde (SES), toda a equipe do plantão da linha de frente receberá a primeira dose da CoronaVac.
Momento difíceis
Durante os dez meses de pandemia, Lídia passou por momentos difíceis. Além de perder um colega de trabalho para a doença, ela precisou se afastar da família e lidar, todo dia, com pacientes em situação de risco. "Não saem da minha cabeça os vários momentos em que vi pessoas saudáveis e jovens que tinham uma piora da doença e começavam a chorar. Vários pediam para que a gente entrasse em contato com as mães, pois queriam dizer adeus. Muitos achavam que iam morrer", conta.
Agora, após tanta luta, ela afirmou que está esperançosa. "Toda a equipe do Hran trabalhou duro para atender a população da melhor forma. É uma vitória de todos nós. A sensação que tenho é que está acabando", comentou.
Porém, a enfermeira fez questão de ressaltar que a luta ainda não terminar e que é preciso continuar seguindo os protocolos de segurança. "Um deslize é capaz de matar alguém. Então, cuide de você, da sua família e da família dos outros", completou.