As máscaras de tecido tornaram-se itens obrigatórios do vestuário, e o recipiente de álcool em gel um acessório indispensável. A pandemia da covid-19 mudou hábitos e a rotina dos moradores do Distrito Federal. Mas ainda é possível conhecer a capital federal e se divertir, mesmo com as medidas de restrição adotadas para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Rica na arquitetura modernista, Brasília é uma cidade peculiar em todos os aspectos. Mapas, traços e curvas. Natureza e concreto. Características que compõem a identidade e fazem dela uma capital tão particular. Os detalhes chamam a atenção de turistas e de moradores, que aproveitam o período de férias para conferi-los de perto e com a devida segurança.
Os dias ensolarados devem contribuir para os passeios. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuvas abaixo da média histórica para o mês. A tempertura, por sua vez, deve ficar 0,4ºC a 1ºC mais alta que a esperada no período, de aproximadamente 21,5ºC.
É o caso da militar Arlene Ferreira Bonfim, 47 anos, moradora de Maceió, que veio conhecer a cidade enquanto visita a prima Raquel Aboim Inglish, 44. O primeiro monumento escolhido pela família para o tour foi o Santuário Dom Bosco, conhecido pelos vitrais azuis. Segundo Raquel, a escolha foi com o intuito de agradecer a Deus pelas oportunidades. “Eu falei que ia trazê-la aqui. Eu sou evangélica, mas amo este lugar. Acho que não temos de ter discriminação. Deus é um só, então temos de respeitar cada um. Falei para ela que vínhamos aqui pra ela agradecer, por ter essa oportunidade de vir conhecer Brasília”, conta.
O sonho de conhecer a capital federal perdurava por anos. “Eu tinha o sonho de conhecer aqui, e nada melhor do que a primeira parada ser na igreja. Vai ficar marcado, porque de cara já me apaixonei. A cidade é linda, eu sei que vou amar”, afirma Arlene. Ela conta que planeja conhecer a Esplanada dos Ministérios, para fazer uma homenagem ao filho, que faleceu no início de 2020, vítima de afogamento. “Mesmo de longe, foi um menino que brigava muito na internet por conta de política, e pretendo tirar uma foto lá e fazer uma homenagem a ele”, destaca.
Os pontos de parada do itinerário turístico foram selecionados seguindo as recomendações para evitar aglomerações. “É a primeira vez que estou saindo de casa nessa quarentena. Então essa saída é um alívio, um respiro, sabe? A gente está aqui porque está vazio, procuro ir a locais que não têm aglomeração”, ressalta Raquel. “Que as pessoas tenham consciência que não devem cuidar somente de si mesmas, mas também dos outros que estão à sua volta”, pede a brasiliense.
Singularidades
Os que pisam pela primeira vez nas terras da capital federal encontram singularidades. O construtor Nilson Serafim, 66, e a mulher, a costureira Maria Serafim, 62, encantaram-se com esta face da cidade. Moradores de Caxias do Sul (RS), o primeiro local que conheceram ao chegar à capital foi a Praça dos Três Poderes. “Quem não tem curiosidade de conhecer Brasília? Viemos aproveitar a visita aos nossos parentes para realizar o sonho de conhecer a capital. Já viemos antes, mas só de passagem, nunca paramos para conhecer realmente a cidade. Desta vez, viemos de mala e cuia”, brinca Nilson.
A professora aposentada Sônia Marques, 60, e o marido, o bancário aposentado Marcelo Marques, 58, aproveitaram a visita de Nilson e Maria e apresentaram os pontos turísticos da capital. “A gente faz questão de mostrar a cidade para eles de um outro ponto de vista, para que vejam que Brasília não é só política. É mostrar que existem pessoas normais aqui, que trabalham, que têm uma vida cotidiana e que é boa também”, explica Sônia.
A programação para os próximos dias é extensa. “Vou levá-los à igreja Dom Bosco; às asas da cidade; para verem como é a estrutura; vamos à Ermida; à Barragem do Paranoá; e à Terceira Ponte. Queremos fazer um intensivo na capital. Conforme o tempo do turista, a gente programa”, brinca a aposentada. Apesar dos 20 anos em que moram na capital, Sônia diz que o turismo sempre desperta algo novo. “Já entramos nesses palácios milhares de vezes, mas cada vez vivenciamos algo diferente, é impressionante”, compartilha.
Rotas turísticas
Para ajudar os moradores e visitantes a descobrirem as riquezas do Distrito Federal, a Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF) elaborou uma seleção de rotas: Rota Fora dos Eixos; do Cerrado; da Paz; Cultural; Náutica, Cívica e Arquitetônica, além do Guia do Turismo, um mapeamento de atrativos que são visita obrigatória para as crianças se divertirem pelos quatro cantos do DF. As rotas podem ser conferidas no site da Setur-DF.
De acordo com a secretária de turismo, Vanessa Mendonça, Brasília é um museu a céu aberto com inúmeros atrativos ao ar livre. “É uma cidade diferente de tudo que as pessoas imaginam e um destino turístico para todos os públicos”, destaca. As opções de lazer, segundo a secretária, incluem toda a família. “Com segurança e responsabilidade, o turismo no DF está retomando sua força, e o governador Ibaneis Rocha não tem medido esforços em ações para promover Brasília como destino, seguindo as normas de segurança recomendadas”, reforça.
Opções seguras para visitar em brasília
Jardim Zoológico de Brasília
Quinta a domingo e feriados, das 9h às 17h, com entrada permitida
somente até as 16h. Ingressos: R$ 5 (meia-entrada) e R$ 10 (inteira).
Os interessados em participar das visitas guiadas podem fazer o agendamento pelo
e-mail para deam@zoo.df.gov.br. São cinco roteiros com o objetivo de conhecer o trabalho da instituição, que possibilita interações supervisionadas com os animais.
Planetário
Terça a domingo, das 9h às 17h. Entrada gratuita.
Por enquanto, a cúpula está fechada e não há exibição de filmes. A operação do espaço está limitada à abertura dos salões expositivos. São três exposições: uma dos Correios, no térreo, chamada de Universo em Selos; a mostra permanente no primeiro andar e uma da Agência Espacial Brasileira, no subsolo, onde é possível ver réplicas dos foguetes lançados ao espaço em escala reduzida. No primeiro andar, a exposição Universo Surpreendente traz fotos de galáxias e constelações e mostra roupas usadas por astronautas. Os espaços têm lotação máxima estipulada.
Jardim Botânico
Terça a domingo, das 9h às 17h. Ingresso: R$ 5 reais por pessoa.
Todas as atrações do Jardim Botânico de Brasília estão abertas à visitação do público. Há seis trilhas que levam o visitante para o meio do cerrado, além de jardins onde é possível contemplar espécies dos seis biomas brasileiros ou meditar em meio a uma vegetação tipicamente japonesa.
Parques
Parque da Cidade: aberto todos os dias, 24 horas.
Parque Ana Lídia: das 8h às 20h.
Parque Ecológico de Águas Claras: diariamente, das 5h às 22h.
O horário de funcionamento dos parques ecológicos administrados pelo Ibram pode ser consultado no site www.ibram.df.gov.br.
Museu da República
Sexta, sábado e domingo, das 10h às 16h. Entrada gratuita.
Conhecer a arquitetura do prédio projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer já é um programa. Mas, além disso, quatro exposições estão em cartaz no Museu da República. Três vão até 14 de fevereiro, e uma delas, Orixás, termina dia 31 deste mês. A intenção é provocar o olhar do público em relação à história da cultura africana brasileira por meio de obras como esculturas, pinturas e instalações.
Memorial dos Povos Indígenas
Sexta, sábado, domingo e feriados, das 9h às 15h. Entrada gratuita.
É possível conhecer o acervo permanente do local, que mostra utensílios indígenas usados por diversas etnias brasileiras, como cocares e cestos.