Entre outubro e novembro, o setor de serviços do Distrito Federal apresentou retração de 9,9%. O número ficou abaixo da média do Brasil (2,6%), e marcou a maior retração entre as unidades da Federação (UF). Das 27, 19 avançaram em novembro de 2020 em comparação com o mês anterior na série com ajuste sazonal.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços divulgada, nesta quarta (13/1), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se analisar o mesmo período de 2019, o setor recuou 18,6% no Distrito Federal, ficando abaixo da média nacional (-4,8%). De acordo com o levantamento, os índices estão negativos desde março de 2020.
Ainda em comparação com novembro de 2019, todas as cinco atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram queda no DF, com destaque para o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, com redução de 24,9% em relação ao mês anterior. As atividades de serviços prestados às famílias brasilienses seguem com índice negativo (-36,2%), mas houve um ganho de 1,4% em comparação com o indicador de outubro.
O volume de serviços acumulado no ano (de janeiro a novembro de 2020) caiu 10,2% em relação ao mesmo período de 2019 e ficou abaixo da média do Brasil (-8,3%). A taxa dos últimos 12 meses recuou 9,7% em novembro de 2020, quando comparado com a do ano anterior, mantendo a trajetória de queda, e ficou abaixo da média nacional (-7,4%).
Turismo
A pesquisa também mostra o índice de atividades turísticas no Distrito Federal entre outubro e novembro de 2020. Segundo o levantamento, houve uma queda de 5,2% no comparativo dos dois meses. A redução também ocorreu em Santa Catarina (-7,1%) e Minas Gerais (-3,2%).
Em comparação a novembro de 2019, o índice de atividades turísticas apresentou variação negativa de 40,8%. As 12 unidades da Federação investigadas mostraram recuo nos serviços voltados ao turismo, sendo o pior indicador o do DF.
No acumulado entre janeiro e novembro de 2020, o volume de atividades turísticas do DF caiu 45,4% em relação ao mesmo período de 2019. A variação acumulada nos últimos 12 meses teve queda de 41,2%.
Setor agrícola
O IBGE também divulgou, nesta quarta-feira (13/1), o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Distrito Federal. De acordo com a pesquisa, foi estimado 884.972 toneladas para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas (castanhas) no último mês de 2020. O índice representa um aumento de 7% em relação à safra 2019 (826,9 mil toneladas).
Na produção de grãos, milho e soja somam 87,7% da safra na capital e correspondem a 81,2% da área de colheita. No entanto, se comparado com 2019, houve uma queda de 4,7% na primeira safra do milho e redução na segunda safra do produto. A soja, por sua vez, apontou um aumento de 11,3% na produção em comparação com a safra de 2019.
“Assim como nas principais regiões produtoras de grãos do Brasil, o agronegócio no DF tem se mostrado o setor econômico mais resistente à pandemia. O principal impacto foi demonstrado no valor das commodities (matéria-prima). Não foi identificado que a pandemia em si tenha afetado a produção, mas os valores dos grãos têm direcionado uma alteração no perfil da safra, com aumento da produção de soja e de milho e queda na de feijão”, explicou o supervisor estadual de pesquisas agropecuárias, Elton Mendes Fior.
O prognóstico para a safra 2020/2021 aponta para um cenário parecido ao de 2020. “Com previsão de condições climáticas parecidas e com a cotação da soja em alta, devido ao aumento do dólar, a tendência é que a soja continue ganhando área”, explicou Fior.
O Distrito Federal se destaca nas estimativas de rendimento médio de diversos produtos das lavouras quando comparado com outras Unidades da Federação. Estimou-se, em 2020, produções de 9.500 quilograma por hectare na 1ª safra de milho, ficando atrás apenas do Paraná (10.017 kg/ha), e de 7.000 quilograma por hectare na 2a safra do produto, a frente de grandes produtores como Goiás (6.720 kg/ha) e Mato Grosso (6.310 kg/ha). Na estimativa da soja, o DF ficou em primeiro lugar, com 3.900 quilograma por hectare.