Manifestação

Trabalhadores protestam nesta quarta após morte de motorista de app no DF

Os motoristas se concentrarão no estacionamento do Bezerrão, no Gama, e farão carreata até o Cemitério da cidade, onde Geraldo Iris Gontijo, 51 anos, será sepultado

Em ato de protesto, motoristas que trabalham para empresas de transporte por aplicativo se concentrarão, no começo da tarde desta quarta-feira (13/1), no estacionamento do Bezerrão, no Gama. Eles pedem Justiça pela morte de Geraldo Iris Gontijo, 51 anos, assassinado a tiros na madrugada desta terça-feira (12/1), enquanto atendia uma corrida por aplicativo, no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria. 

Os trabalhadores se reunião às 13h. Do estacionamento, os motoristas farão carreata até o Cemitério do Gama, onde Geraldo será sepultado. O ato terá duração de até 30 minutos. Em comunicado enviado aos grupos de WhatsApp, os organizadores pedem que os frequentadores escrevam luto nos carros, levem TNT preto e peçam paz. 

A morte de Geraldo comoveu os trabalhadores da categoria. O motorista prestava serviços para a 99 Pop havia cerca de dois anos, e costumava trabalhar à noite e madrugada, segundo informaram os familiares. Na madrugada desta terça-feira, a vítima atendeu uma chamada pelo aplicativo. De acordo com os parentes, os criminosos, ao entrarem no carro, anunciaram o assalto, o mataram com um tiro na nuca, colocaram o corpo no porta-malas e seguiram até o Valparaíso 2. 

Socorro

Como consta na ocorrência, com Geraldo no carro, os criminosos dirigiram até Valparaíso 2 à procura de um rival, identificado como Dyego de França, 31. Após localizarem o rapaz, os suspeitos o colocaram à força no carro e o levaram até a Quadra 37, Anhanguera B. Lá, o balearam diversas vezes e fugiram em seguida. A polícia colhe informações para descobrir se Geraldo foi assassinado ainda no DF ou no município goiano, o que definirá se o caso ficará a cargo da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) ou da Delegacia de Valparaíso. 

Horas depois, três pessoas passaram pelo local e avistaram o carro abandonado. Ao aproximarem-se do veículo, o trio constatou que havia um homem sangrando no banco interior do automóvel. Sem ainda saber que o corpo de Geraldo estava no porta-malas, as testemunhas levaram o rapaz, com o carro do motorista de app, até o Centro de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) do Valparaíso. Segundo relataram à polícia, não havia cirurgiões disponíveis e, por isso, seguiram até o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O estado de saúde do rapaz não foi divulgado.

Somente no HRSM, os socorristas do hospital perceberam que havia outro corpo dentro do porta-malas do carro de Geraldo, mas inconsciente e sem sinais vitais. Policiais militares, então, conduziram as testemunhas e o veículo até Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Valparaíso. Lá, foram orientados que o caso era atribuição do DF e seguiram até a 20ª DP (Gama). Contudo, o caso foi transferido à 33ª DP, onde está sendo investigado como homicídio em apuração e localização ou remoção de cadáver. A tipificação pode mudar no decorrer das diligências policiais.

Posicionamento

Procurada pelo Correio, a 99 Pop lamentou a morte de Geraldo e diz apurar o caso para saber se o crime ocorreu durante corrida pelo aplicativo. “Nos solidarizamos com a dor dos familiares e estamos buscando contato com eles para oferecer o suporte necessário. A plataforma se coloca à disposição da polícia para compartilhar informações que possam ajudar a esclarecer os fatos e a punir os responsáveis”, garantiu.

Questionada pela reportagem sobre as medidas adotadas para combater crimes desse tipo, a empresa afirmou que investe “continuamente em segurança antes, durante e depois das corridas”. Esclareceu, ainda, que, como formas de prevenção antes das chamadas, “a companhia mostra aos motoristas informações sobre o destino final, a nota do passageiro e se ele é frequente, além de exigir que todos os passageiros incluam CPF ou cartão de crédito”.