ECONOMIA

Brasília ganhará restaurante com foco na gastronomia argentina

A gastronomia da capital terá a Fuego, na Asa Sul, que chega com um cardápio incluindo os melhores cortes de carnes da Argentina

Ainda este mês, o brasiliense poderá provar o sabor da melhor parrilla do continente, com a inauguração do restaurante Fuego, Alma & Vino, na 112 Sul. A nova casa traz no comando das chapas e grelhas o chef argentino Bienvenido Sotello, de 51 anos, mais conhecido por Pepe, responsável pela execução do menu do portenho Don Julio, primeiro colocado no ranking dos melhores restaurantes da América Latina em 2020. A avaliação foi feita enquanto Pepe estava lá.

Nos últimos anos, foi Pepe Sotello quem transformava os cortes de Aberdeen Angus e Hereford, alimentados com capim e criados soltos no interior de Buenos Aires, em bifes suculentos e impecáveis — a maior atração da casa de carnes do bairro portenho de Palermo (Rua Guatemala 4699), frequentada por carnívoros do mundo inteiro, inclusive pelos sócios do Fuego: Tiago Boita e Leandro Pompeu, além do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido por Kakay.

“Eu estive várias vezes no Don Julio, restaurante ótimo, mas quem teve a ideia de trazer o Pepe e conversou com ele foi o Tiaguinho (o sócio Tiago Boita). Na época, eu estava fazendo sociedade com o pessoal do Nino (Grupo Famiglia Nino) e quando comentei que viria para Brasília o ex-assador do Don Julio, tido por muitos como o melhor do mundo, houve um frisson em São Paulo”, afirma Kakay.

Ainda sem data, deverá abrir em breve, no lugar do Piantas, o Piantella, esquina do Bloco D da 403 Sul, o Ninetto, cuja cozinha leva a assinatura de Rodolfo De Santis, fundador do Nino Cucina, premiado restaurante de gastronomia italiana da capital paulista.

Linguiça e empanada

Profundo conhecedor de carnes, o empresário Tiago Boita nasceu praticamente na cozinha de churrascaria, onde os pais trabalhavam. O gaúcho Moacir Laude, pai de Tiago, tocava com outro gaúcho, Celso Kaufman, primeiro a Pampa, contígua ao Carrefour, e depois a Tordilho, junto ao Lago Sul, enquanto a mãe, Mari Boita, era responsável pelas saladas.

“Além da carne fantástica, gostei muito dos embutidos feitos pelo Pepe”, revela o restaurateur, uma pessoa que abre e gerencia profissionalmente restaurantes, que no último mês de agosto trouxe o cozinheiro argentino para conhecer Brasília. “Na ocasião, nós o levamos a casa de um amigo para vê-lo trabalhar e ficamos impressionados com a seriedade dele no trato com a carne; preparou um carneiro depois de escolher o animal e acompanhar todas as etapas”, conta o sócio Kakay, para quem Pepe é “um profissional muito diferenciado”.

No item entradas, há uma linguiça artesanal feita por Pepe. “São 70% de carne suína e 30 % bovina, numa mistura que leva vinho branco e especiarias”, informa o chef parrilheiro, sem revelar os temperos. Chama-se linguiça criolla na Argentina. Outra especialidade do cozinheiro, que nasceu em Corrientes, capital da província do mesmo nome, distante 800km de Buenos Aires, são as empanadas, diferentes das chilenas, é claro, muito melhores na apreciação do chef, que aos 17 anos, tomou o rumo da capital para estudar e trabalhar. Elas virão em três versões: carne; queijo e cebola e milho.

O que leva um cozinheiro, que conquistou para a grife, na qual atuou por 30 anos, o título de número 1 do continente, mudar de patrão, de cidade e de país? “O desafio de fazer igual ou melhor em outro sítio (lugar)”, responde Sotello, já adaptado na capital brasileira, com residência próxima ao restaurante da 112 Sul.

“Para nós, também, é um desafio apresentar a melhor carne ao gourmet brasiliense”, afirma Boita, que encomendou os mesmos cortes Angus e Hereford da carne servida no Don Julio, onde ele e os sócios Leandro e Kakay se tornaram apreciadores do bife de chorizo ancho, um contrafilé alto, selado na parrilla e finalizado com flor de sal grosso. Há quem resista?