Janete, do Sabin, afirma confiança nas vacinas contra a covid-19
A cofundadora do grupo Sabin Janete Vaz afirma que as pessoas não devem ter medo das vacinas contra a covid-19, mas ela é contra a obrigatoriedade da vacinação. Segundo Janete, sim, é possível produzir uma vacina em tão pouco tempo que tenha real eficácia. “Essa rapidez se deve a ações concretas que possibilitam acelerar o processo de pesquisa, como o grande investimento de recursos, o foco concentrado de muitos cientistas no trabalho e a moderna tecnologia que dispomos na atualidade. Todas as vacinas que estão sendo feitas são promissoras”, destaca. “Mas sou contra a obrigação. Quem já teve a doença e se imunizou não precisa se vacinar”, completa.
Bioquímica
Janete, que é bioquímica e trabalhou no início da carreira na rede pública de saúde, defende o sistema de pesquisa e o rigor dos órgãos brasileiros no setor. “A Anvisa não vai liberar uma vacina duvidosa. E temos o melhor sistema de saúde e logística de vacinação do mundo. São 36 mil postos espalhados pelo país”, reforça.
Competência brasileira
Janete Vaz reforça a competência dos institutos de pesquisa científica do país. “O Butantã e a Fiocruz são reconhecidos internacionalmente há muito tempo. Merecem nossa total confiança”, diz.
Reações adversas
A bioquímica explica que toda vacina tem reações adversas, num percentual pequeno, mas que, sim, há muitas dúvidas a serem ainda esclarecidas sobre o comportamento do vírus. “Porém, a vacina tem de estar disponível”, diz.
Liderança empresarial
Como forte liderança empresarial no DF e no país, Janete afirma que a vacinação é de extrema importância para a retomada da economia. “Só assim teremos tranquilidade nas atividades econômicas, e, especialmente, as pessoas terão a liberdade de voltaràs suas vidas, pois estamos num isolamento nunca antes vivido.” Ela esclarece que ainda vai demorar para chegar à rede privada, pois a prioridade será o abastecimento da rede pública.
Embrapa faz diagnóstico do vírus
A Embrapa, que tem sede em Brasília, entrou na linha de frente no combate à pandemia. Está fazendo a análise laboratorial de exames para diagnosticar o novo coronavírus. Atualmente, dois laboratórios, o de Campo Grande (MT) e o de Concórdia (SC), realizam o trabalho. São os únicos com o padrão internacional de segurança NB3 — que permite a análise do vírus ativo. “São laboratórios que analisam doenças graves que podem atacar os animais. Temos os equipamentos RTPCR que podem também identificar o novo coronavírus nas pessoas”, explica o presidente da Embrapa, Celso Moretti.
Ampliar capacidade
Ele adiantou à coluna que o número de diagnósticos pode aumentar em mais cinco vezes se o material enviado aos laboratórios da Embrapa for com o vírus já plaqueado e inativo. “Por enquanto, apenas dois dos nossos laboratórios têm o nível de segurança para receber o vírus ativo. Mas nossa capacidade é bem maior para analisar o inativo. Temos centenas de laboratórios pelo país”, reforça. No fim de dezembro, Moretti se reuniu com representantes dos ministérios da Saúde e da Agricultura para tratar do assunto.