M ais um morador do Distrito Federal venceu a luta contra a covid-19 e foi recebido em clima de festa pela comunidade em que atua em uma série de trabalhos voluntários. Padre Miguel Ángel Diáz Meléndez, pároco da Nossa Senhora do Encontro com Deus, na Estrutural, recebeu alta médica após ficar mais de um mês internado por complicações da doença.
O religioso foi infectado ao prestar serviço social para pessoas afetadas economicamente pela pandemia. Ele passou a ajudar quem perdeu o emprego por conta da crise fazendo doações de marmitas, com o apoio de fiéis da paróquia. Em média, Miguel Ángel servia 600 refeições por dia para moradores da Estrutural.
Ao ser diagnosticado com a doença, o religioso logo apresentou piora e precisou ser internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI). O pároco passou a maior parte do tempo desacordado, pois precisou passar por uma traqueostomia — técnica cirúrgica em que é feita a abertura da parede anterior da traqueia para facilitar a oxigenação.
A alta foi comemorada por fiéis e amigos. Miguel Ángel chegou a ser recebido por um pequeno grupo, que o buscou na unidade hospitalar. “Agradeço a todos pelas orações, assim como pelo carinho e sacrifício que foram feitos por mim. Ainda tenho algumas limitações. Mas, assim como cantamos, demos graças ao Senhor, porque eterna é a sua misericórdia”, disse o pároco, na saída do hospital.
Novos casos
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal registrou mais 798 casos do novo coronavírus até o fim da tarde de ontem. Ao todo, são 258.153 pessoas contaminadas pela doença na capital. Também foram contabilizadas seis mortes, chegando ao total de 4.351 vítimas. De acordo com o levantamento da pasta, entre os infectados, 247.471 se recuperaram. Portanto, são 6.331 pessoas com o vírus ativo.
As três regiões administrativas que contabilizam o maior número de casos de covid-19 são Ceilândia (29.414), Plano Piloto (23.242) e Taguatinga (20.969).
Quanto às mortes registradas, todas ocorreram em datas anteriores: 30 de agosto, 5 e 7 de janeiro. Das seis vítimas, três eram do Distrito Federal, e moravam em Ceilândia, Samambaia e no Paranoá. As demais, viviam em Goiás e em Santa Catarina, mas morreram em unidades de saúde da capital. Sobre o perfil dos pacientes, quatro eram homens e duas, mulheres. Todos tinham comorbidades: doença cardiovascular, distúrbio metabólico, imunossupressão, obesidade, nefropatia e pneumonia.
A letalidade do vírus, que indica o percentual de mortes a cada pessoa infectada, é de 1,8% no DF. Já a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes chega a 130,5. A taxa de transmissão, por sua vez, está em 0,87. Índices acima de 1 indicam que a pandemia está em avamço.
“Ainda tenho algumas limitações. Mas, assim como cantamos, demos graças ao Senhor, porque eterna é a sua misericórdia”
Miguel Ángel Diáz Meléndez, pároco da Nossa Senhora do Encontro com Deus