Diante do avanço da pandemia do novo coronavírus e a possibilidade de uma segunda onda da doença no Distrito Federal, a secretaria de Saúde cogita adaptações no sistema público para enfrentar a situação. Na capital federal, 254.310 casos de infecção pela covid-19 já foram confirmados e 4,2 mil pessoas morreram em decorrência da doença.
Nessa segunda-feira (4/1) o secretário Osnei Okumoto se reuniu com representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para discutir a remobilização de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), reformulação da força de trabalho nas unidades de saúde e resultados preliminares do inquérito soroepidemiológico. A ideia é aproveitar a experiência nesta primeira onda para se preparar para a próxima.
Há algumas semanas, as taxas de ocupação de leitos públicos de UTI para o tratamento de pacientes contaminados permanece em torno de 70%. Nesta terça-feira (5/1), o índice estava em 71,13%. Dados oficiais mostram que a taxa de reprodução do vírus R(t) chegou a 0,74. Como o valor é inferior a 1, isso significa que a pandemia está arrefecendo. Quando este número é superior a 1, significa aceleração dos contágios.
Essa foi a situação registrada em novembro, quando o número chegou a 1,3, o que acendeu o sinal de alerta das autoridades. Em dezembro, a pasta deu início à aplicação dos testes para diagnóstico da covid-19 na população do DF, que fazem parte do inquérito sorológico, que pretende estimar a disseminação da infecção na capital. Os resultados preliminares da investigação, 17% dos 1.077 moradores testados até agora, tiveram diagnóstico positivo.
Além disso, na semana passada, a secretaria anunciou um plano para mobilização de 230 novos leitos de UTI em 14 hospitais, o que deve ocorrer em sete fases. Um dos desafios para tanto é a disponibilidade de profissionais para trabalhar nesses novos postos nos hospitais. A medida também vai alterar o perfil de atendimento das unidades de saúde. O Hospital Regional de Samambaia (HRSam) passará a atender, exclusivamente, pacientes acometidos pelo novo coronavírus.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Segunda onda
Especialistas alertam que o Distrito Federal vive a segunda onda desde novembro. Um estudo feito em conjunto por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), e Universidade do Estado da Bahia (Uneb) concluiu que o novo pico é uma realidade.