“A lembrança que vou ter dela vai ser a melhor. Não quero que nenhuma mãe passe pelo o que estou passando.” A declaração é da assistente social Maria Aparecida, 45 anos, mãe de Letícia Santos de Souza, 22, assassinada a tiros dentro de casa, na Chácara Santa Luzia, na Via Estrutural. O suspeito, identificado como Danilo, é considerado o principal suspeito. O caso está em apuração pela 8ª Delegacia de Polícia (Setor de Indústria e Abastecimento) para confirmar se o fato trata-se de feminicídio ou não.
O Correio esteve no local do crime, cometido na madrugada de segunda-feira (18/1), e conversou com vizinhos que presenciaram a noite de terror. Segundo relataram os moradores, Danilo invadiu uma residência na Rua da Paz, na Chácara Santa Luzia, na intenção de assassinar Edmundo dos Santos Oliveira, suposto amante de Letícia. “Estava em casa, quando escutei os tiros. Ela (Letícia) estava na casa e começou a gritar e a chamar por socorro”, relatou uma moradora.
Edmundo chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros do DF, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Letícia é mãe de três filhos, um de 2 anos e dois bebês de 11 meses e 1 mês. No momento do crime, ela carregava a recém-nascida. A mãe da vítima conta que, por volta das 22h50 de domingo, recebeu uma ligação, onde o informante a avisou sobre o tiroteio. “Falaram que minha filha estava desesperada, gritando na rua e em estado de choque”, afirmou.
Depois do homicídio, vizinhos afirmaram que a jovem seguiu com a neném para casa, a poucos metros da Rua da Paz. “Me telefonaram novamente, na madrugada, dizendo que a Letícia estava no chão gemendo muito e a bebê estava com ela. Foi quando saí de casa desesperada”, disse a mãe. Ao chegar no local, Maria Aparecida deparou-se com o corpo da filha caído em frente ao barraco.
O caso foi registrado como feminicídio, mas pode mudar no decorrer das investigações. Procurada pela reportagem, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que, “por tratar-se de crime no âmbito da Lei Maria da Penha, as informações dessa ocorrência são sigilosas”.
Relacionamento conturbado
Letícia e Danilo estavam juntos havia cinco anos. A relação do casal era regada à base de brigas, agressões físicas e verbais. O agressor estava em livramento condicional e a vítima tinha medidas protetivas contra ele, mas moravam na mesma casa. A mãe conta que por diversas vezes, a filha se queixava de agressões e ameaças sofridas pelo companheiro.
Os dois filhos de Letícia, de 2 anos, e o bebê de 11 meses são frutos do relacionamento com Danilo. A recém-nascida, no entanto, foi registrada no nome de Edmundo. “Quando conversamos, ela dizia que o pai da menina era o Edmundo, que ele iria ajudar a criar a bebê. Talvez fosse uma relação extraconjugal”, acredita a mãe.
A família organiza o sepultamento de Letícia Ainda não há detalhes de data, local e horário. “Quando vi minha filha morta daquele jeito, fiquei em estado de choque. Não desejo isso para ninguém. É tudo muito triste”, finalizou a assistente social.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.