Após a aprovação do registro, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para uso emergencial das vacinas CoronaVac, da farmacêutica Sinovac com o Instituto Butantan, e também do imunizante produzido pela Universidade de Oxford com a Astrazeneca, em parceria com a Fiocruz, foi dada a largada à campanha de vacinação contra a covid-19 no Distrito Federal.
Na tarde desta segunda-feira (18/1), chegaram à capital federal as mais de 105 mil doses da CoronaVac, que foram encaminhadas à Rede de Frios da Secretaria de Saúde. Os primeiros a receber a aplicação serão os profissionais de saúde e idosos acima de 75 anos, e maiores de 60 que vivem em asilos. A vacinação começa nesta terça-feira (19/1), às 10h. Em entrevista ao Correio, a infectologista Eliana Bicudo explica o funcionamento do imunizante que será aplicado nos brasilienses.
A CoronaVac, vacina que chegou hoje ao DF, funciona com o vírus inativo. O que isso significa?
Assim como a vacina da gripe, o que se faz: pega-se o vírus inteiro do Sars-cov-2, que é multiplicado no laboratório, e ele é inativado quimicamente, de modo a não conseguir se multiplicar mais e causar a doença. Ele não está morto, ele esta lá, como se estivesse congelado. Ao colocar esse vírus inativado quimicamente dentro do seu músculo, você vai reconhecer as proteínas mais importantes dele, que estão preservadas, que são as espículas (espinhos) e o anticorpo vai grudar ali.
Existem efeitos colaterais?
É como outras vacinas: dores locais no braço, no local da aplicação, pode ficar dolorido e vermelho, pode ter dor no corpo, pode ficar febrículo, mas nada além disso.
Quem deve se vacinar?
Todas a pessoas que o governo elencou agora.
Por que se vacinar?
A circulação do vírus vai ser menor, e a gente vai ter um impacto menor da doença. Além de vacinar e se proteger, também protege a comunidade. A vacinação é tanto individual quanto coletiva; salva vidas, tanto a sua quanto as das pessoas que estão perto de você.
O fato de as vacinas terem sido produzidas em tempo recorde traz algum prejuízo para a segurança da produção?
Não. Primeiro porque a tecnologia da CoronaVac já é conhecida, tanto que o Butantan consegue produzi-la. É a mesma tecnologia da vacina da gripe. Não existe novidade nos estudos, que estavam em andamento com o vírus Sars-Cov-1 na China. O que aconteceu foi que mudou o vírus: o Sars-cov-1 foi uma preliminar da vacina para o Sars-cov-2. Não tem nenhum risco essa rapidez com que ela foi produzida.
Por que a vacina será dada em duas doses?
Quem teve a doença tem de se vacinar; a orientação é que você tome a vacina depois de 30 dias da covid. Os estudos mostram que já tivemos muitos casos de reinfecção. Os anticorpos produzidos durante a doença não são sustentáveis por longo tempo. Com a vacina não, estão mostrando que pelo menos acima de 3 ou 4 meses você tem anticorpo. O diferente é o neutralizante.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.