De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado na quarta-feira (12/1), pela Secretaria de Saúde, foram registrados 4.375 mortes pela covid-19 no Distrito Federal. Mãe, pai, filho, irmão, avô, avó que perderam a vida pela doença que já atingiu 260.797 pessoas na capital. Pensando nas famílias daqueles que morreram, e principalmente, nas crianças que perderam os pais pelo novo coronavírus, o jornalista Walberto Maciel, 58 anos, elaborou uma proposta para a criação de um fundo de amparo destinado a essas crianças órfãs.
A iniciativa foi cadastrada no site do Senado, em novembro do ano passado, e precisa de 20 mil assinaturas para ser debatida entre os senadores e entrar em votação no plenário. “É um trabalho de formiguinha. O meu objetivo é chamar a atenção para as crianças que perderam pai, mãe, ou os dois pela doença, e que vão ficar na casa de parentes ou até mesmo ir para lares adotivos. Como vai ficar a estrutura dessas famílias que dobraram de tamanho de um dia para o outro, em um contexto de crise. O que podemos fazer para ajudar?”, explica Walberto, idealizador do projeto.
De acordo com ele, a ideia surgiu em meados de setembro de 2020, após o pico da covid-19 chegar no Distrito Federal. Com o número de casos e mortes diários cada vez mais alto, ele começou a se questionar sobre como seria a vida dos seus dois filhos caso ele e a esposa tivessem a doença e morressem por complicações. O dilema foi mais além e, conversando com amigos, ele resolveu ampliar o cenário para além da própria casa. “Vamos ter uma geração abalada fisicamente, psicologicamente e financeiramente. É uma situação muito grave e que vai repercutir bem lá na frente”, destacou o jornalista.
O intuito da proposta é que, com a criação do fundo de amparo, crianças e jovens órfãos de até 21 anos que perderam os pais pela covid-19 possam ter uma melhor qualidade de vida e assistência. A verba para o fundo, Walberto sugere que possa ser retirada de loterias, impostos e outras fontes que não teriam impacto econômico e ajudariam em uma boa causa.
No entanto, o objetivo ainda está longe de ser alcançado. Até esta quinta-feira (13/1), havia apenas 81 apoios à proposta no site do Senado. O prazo para atingir 20 mil assinaturas encerra em 18 de fevereiro. Em uma corrida contra o tempo e com vontade de ajudar, Walberto não parou apenas no projeto para a criação do fundo. Ele ainda criou um e-book com uma história fictícia de uma família periférica com cinco filhos e um pouco mais de mil reais por mês no bolso. No livro, fala como a covid-19 impacta na vida da população de baixa renda, que não pode parar de trabalhar senão fica sem o dinheiro para colocar a comida na mesa.
A história, divulgada em português e inglês, está à venda na Amazon e no site Pagseguro. Toda a verba está sendo destinada para a criação de uma organização não governamental (ONG) para ajudar as crianças órfãs pela covid-19. “80% do valor da venda será destinado para ajudar essas crianças e os outros 20% para a estrutura e criação da ONG”, ressalta o comunicador. De acordo com ele, o primeiro passo assim que a instituição for criada será a realização de uma pesquisa para mapear quantas e quem são as crianças que perderam os pais por complicações do novo coronavírus. A partir dessa análise, será montado um plano de estratégia de atuação, que terá foco nas famílias e nas entidades que atendem essas famílias.
Para ajudar
Apoie o projeto para a criação de um fundo de amparo às crianças que perderam os pais pela covid-19
https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=144418
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