Familiares de Katia Araújo de Azevedo, de 59 anos, prestaram uma homenagem em apoio à técnica em enfermagem aposentada que está internada há quase três meses com leucemia e mieloma múltiplo (mm). A paciente está isolada em um apartamento do Hospital Brasília e não pode receber visitas. Na unidade hospitalar, a mulher é acompanhada pelo marido, o empresário Valdson Gontijo Borges.
Esta é a segunda vez que Katia sofre com mieloma múltiplo. A aposentada recebeu o primeiro diagnóstico há mais de 10 anos, realizando tratamento médico e um transplante de medula óssea em São Paulo (SP). Desde então, ela realizava, semestralmente, exames para acompanhar a doença — que tem tratamento, mas não cura.
Em setembro de 2020, os exames da moradora de Planaltina apresentaram alterações e, com isso, foi confirmado o mieloma múltiplo, como explica Valdson Gontijo Borges Junior, 27, filho de Katia. "Após receber o novo diagnóstico, ela decidiu ir viajar com meu pai e um casal de amigos. Ela sabia que precisaria passar por um tratamento intenso para a doença. Mas em meio a esse passeio, minha mãe começou a se sentir mal", conta.
"Quando ela voltou da viagem e realizou uma nova bateria de exames, houve a descoberta da leucemia, e ela precisou ser internada. Os tratamentos de quimioterapia e radioterapia a debilitaram muito, até ter a necessidade de ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)", relata o autônomo e morador da Asa Norte.
Em meados de novembro, Katia teve uma piora drástica no quadro de saúde. A paciente passou 25 dias entubada e precisou passar por uma traqueostomia — procedimento cirúrgico que consiste na abertura da parede anterior da traqueia, fazendo uma comunicação da mesma com o meio externo. O segundo procedimento tem como intuito servir como alternativa segura para que o indivíduo faça um ciclo respiratório através de outro meio.
Os momentos foram de tristeza e apreensão aos familiares. A mãe de Katia, a aposentada Diva Azevedo, 82, passou a se recolher em orações intensas pela melhora da filha. "Deus já operou um milagre na vida da minha filha. Há pouco mais de dez dias, ela não falava. Agora, está bem, consegue conversar novamente. Tudo o que eu faço é continuar orando e renovando, a cada dia, a minha fé. Sei que minha filha ainda sairá bem desse hospital", afirma, emocionada.
Com a saída de Katia da UTI, houve a transferência dela para a ala de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Brasília. Isolada de todos, a paciente não via a família há pouco mais de um mês. O filho Júnior foi o responsável por pensar na alternativa de contato com a técnica em enfermagem aposentada, como meio de se aproximação.
O jovem acionou a administração do hospital para que o contato com a mãe ocorresse por meio de ligação telefônica, pelo jardim local. No local, a família instalou um banner com os dizeres #TodosPorKatia. Deitada na própria maca, Katia pôde ver os familiares reunidos na área verde.
"Esse foi um momento muito especial, pois pudemos passar esperança para a minha filha. Quero que ela não se esqueça de se apegar à fé, a Deus e à ciência. Com o contato, mesmo que de longe, ela poderá renovar as forças para lutar contra as doenças", salienta Diva Azevedo.
Para Júnior, a homenagem "foi extasiante, completamente maravilhoso. Ela poder nos ver do quarto e conversar conosco foi muito importante. Sinto que cumpri a minha missão em poder nos aproximar em meio a uma situação tão difícil como a que estamos passando."
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