OBITUÁRIO

Pioneira no paisagismo do DF, Alda Rabello morre aos 92 anos

A paisagista não resistiu às complicações causadas por insuficiência cardiorrespiratória e faleceu nesta quinta-feira (7/1). O velório está marcado para sexta-feira (8/1)

Júlia Eleutério
postado em 07/01/2021 19:08 / atualizado em 07/01/2021 20:09
 (crédito: Revista Habitare)
(crédito: Revista Habitare)

A arquiteta e urbanista Alda Rabello Cunha, 92 anos, faleceu nesta quinta-feira (7/1) no Distrito Federal. Alda, que foi uma das responsáveis pelo projeto paisagístico de Brasília durante a construção da cidade, estava internada no Hospital Santa Lúcia e não resistiu às complicações decorrentes de insuficiência cardiorrespiratória crônica.

A paisagista era defensora dos cuidados ambientais e lutava contra a destruição de áreas de preservação no DF. Para Alda, a arquitetura deveria servir às necessidades humanas, e os homens deveriam viver integrados ao meio ambiente de forma digna e justa.

Na capital federal, conheceu e casou-se com o também arquiteto João Filgueiras Lima, conhecido como Lelé. Alda deixa duas filhas, a também arquiteta Adriana Rabello Filgueiras Lima e a jornalista Sônia Filgueiras, e os netos João, Gustavo e Paulo.

Para a filha Sônia, Alda era um exemplo de mulher e assim será lembrada. "Minha mãe tinha uma força impressionante. Admirável. É como eu vou me lembrar dela”, relata.

O velório e sepultamento será nesta sexta-feira (8/1), na capela 6 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, a partir das 12h.

Trajetória

Formada pela Escola Nacional de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alda chegou a Brasília antes da inauguração da cidade, em 1959, e foi trabalhar com paisagismo das quadras e eixos junto a Oscar Niemeyer.

A arquiteta foi autora dos projetos de paisagismo do Hospital Sarah Centro, do Hospital Sarah Lago Norte, do CCBB (projeto de Niemeyer), dos Edifícios Camargo Correa e Morro Vermelho, no Setor Comercial Sul, e da reforma dos jardins do Palácio da Alvorada.

Pioneira no curso, Alda escolheu arquitetura e urbanismo em uma época em que as mulheres eram destinadas, em maioria, ao ofício de professora primária. Durante a faculdade, foi uma das quatro mulheres de uma turma com 40 alunos homens.

* Estagiária sob supervisão de Adson Boaventura

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